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Portugal vê "com muita preocupação" clima de tensão entre Riade e Teerão

04 de janeiro de 2016 às 20:28

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta segunda-feira que o Governo vê "com muita preocupação" a tensão entre o Irão e Arábia Saudita

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta segunda-feira que o Governo português vê "com muita preocupação" o clima de tensão entre Irão e Arábia Saudita, referindo tratar-se de "uma zona nevrálgica" para a segurança da Europa.

Questionado pela Lusa sobre de que forma está a acompanhar os recentes acontecimentos entre as duas potências rivais no Médio Oriente, o chefe da diplomacia portuguesa respondeu: "Com muita preocupação".


Santos Silva lembrou que a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Federica Mogherini (na foto acima), "em nome de todos os 28 Estados-membros, já chamou a atenção para a delicadeza da situação que se vive hoje na zona do Médio Oriente e do Golfo e para a necessidade de encontrar formas de lidar com o problema que não agravem as tensões regionais".

"Neste momento, preocupa-nos também a tensão regional que se vive numa zona que é nevrálgica até do ponto de vista dos interesses de segurança da própria Europa", referiu à Lusa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros recordou que Portugal é "contra a pena de morte em qualquer circunstância" e também tem "uma posição muito clara em matéria de defesa dos direitos humanos".

No domingo, a Arábia Saudita rompeu as relações diplomáticas com o Irão após os ataques no sábado à embaixada saudita em Teerão e ao consulado na cidade iraniana de Mashhad, na sequência da execução, no sábado, do clérigo xiita saudita Nimr Baqer al-Nimr.

Os governos do Bahrein e do Sudão associaram-se à decisão de romper relações com o Irão, enquanto o executivo dos Emirados Árabes Unidos reduziu a sua representação diplomática no Irão em solidariedade com Riade e limitou a sua presença no país ao nível de encarregado de negócios.

A morte de Al-Nimr, executado com outros 46 detidos, suscitou uma vaga de críticas e condenações por parte da comunidade xiita do Médio Oriente, e diversos distúrbios em países com população xiita, incluindo no vizinho Bahrein e na província saudita de al Qatif, de onde era natural.

Na noite de domingo, pelo menos um homem foi morto e uma criança ferida durante protestos em al-Awamiyah, a localidade de onde nasceu.

Os países árabes do Golfo acusaram reiteradamente o Irão de interferir nos seus assuntos internos e de apoiar a oposição xiita que pede mais direitos e denuncia sistematicamente a repressão face à sua comunidade por parte das autoridades sunitas.

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