Parlamento abriu inquérito interno devido a faixa na varanda
Era um protesto pelas privatizações colocadas em marcha pelo Governo
A Assembleia da República abriu um inquérito interno para esclarecer a colocação, por um grupo de activistas, de uma faixa colocada na varanda do parlamento com a palavra "vendido".
De acordo com um vídeo colocado no site do movimento, a faixa foi colocada na manhã de dia 22 de Junho e visa protestar contra as privatizações efectuadas ou em curso pelo Governo.
"O governo vendeu tudo o que podia, por tuta e meia. Prepara-se para entregar a Carris e o Metro, depois de vender a TAP por 10 milhões de euros. Uma companhia com mais de 60 aviões, alguns dos quais valem mais que 200 milhões de euros, cada um", lê-se no site do movimento.
Questionada pela agência Lusa, a secretaria-geral da Assembleia da República (AR) confirmou o incidente e revela que já foi aberto um inquérito interno.
"Os Serviços de Segurança da AR, logo que tomaram conhecimento da situação, procederam à recolha da faixa e desencadearam um inquérito interno tendente a esclarecer o que se verificou", refere a resposta da secretaria-geral do parlamento.
Para os activistas do movimento "Eu não me vendo", "tão grave quanto as negociatas, com escritórios amigos, para entregar todos os sectores estratégicos da economia, o executivo de Passos Coelho entregou a soberania nacional aos pés da chanceler alemã Merkel".
"O parlamento português deixou de ter autoridade sobre o Orçamento do Estado. O BCE decide a política monetária. Berlim decide o nosso Orçamento. A nossa soberania foi vendida, os nossos serviços públicos destruídos, a nossa economia serve para salvar bancos", referem os activistas, dizendo que "gente que não se vende tem de agir".
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