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Pais de Maddie "não sabem mais do que aquilo" que surgiu na imprensa

04 de junho de 2020 às 15:33

Kate e Gerry McCann "não conhecem a investigação" que levou à identificação de um recluso alemão como suspeito do rapto e morte da filha, em 2007.

Rogério Alves, advogado do casal McCann em Portugal no inquérito sobre o desaparecimento da criança inglesa em 2007, em Lagos, admitiu hoje que os novos desenvolvimentos do caso geraram expectativas nos pais.

Em declarações à agência Lusa, Rogério Alves referiu "já ter falado com os pais" da criança inglesa desaparecida, Madeleine McCann, adiantando que estes foram informados antecipadamente que a polícia britânica ia dar uma conferência sobre o novo suspeito, mas que o casal "não conhece a investigação", "não conhece a estratégia" a seguir pelos investigadores e "não sabe mais do que aquilo" que foi noticiado na comunicação social.

Rogério Alves salientou que o anúncio da existência de um suspeito - que jornais germânicos dizem tratar-se do cidadão alemão Christian B., de 43 anos, detido na Alemanha - e de "alguns indícios robustos" deixaram o casal McCann com "a expectativa" que esta nova linha de investigação produza "resultados frutuosos".

Entretanto, os pais de Madeleine McCann manifestaram a esperança de encontrar a filha desaparecida em Portugal, "descobrir a verdade e levar os responsáveis à justiça", na sequência de um apelo público da polícia britânica sobre um novo suspeito na investigação. 

"Tudo o que sempre quisemos foi encontrá-la, descobrir a verdade e levar os responsáveis à justiça. Nunca deixaremos de ter esperança de encontrar Madeleine viva, mas seja qual for o resultado, precisamos saber, pois precisamos ter paz", referiram Kate e Gerry McCann, num depoimento publicado na quarta-feira. 

O casal agradece às polícias envolvidas na investigação, que incluem para além da britânica Metropolitan Police a alemã Bundeskriminalamt (BKA) e a portuguesa Polícia Judiciária. 

"Gostaríamos de agradecer ao público em geral pelo apoio contínuo e incentivar qualquer pessoa que tenha informações diretamente relacionadas ao apelo a entrar em contacto com a polícia", concluíram. 

A polícia britânica, em simultâneo com a polícia alemã, lançou na quarta-feira um novo apelo público de informação sobre um homem alemão, suspeito de envolvimento no desaparecimento de Madeleine McCann em Portugal em 2007. 

O homem de 43 anos, atualmente a cumprir pena de prisão na Alemanha, terá vivido no Algarve durante períodos entre 1995 e 2007 e registos telefónicos colocam-no na área da Praia da Luz no dia em a criança inglesa desapareceu. 

A Metropolitan Police, que está a investigar o desaparecimento numa investigação designada por Operação Grange, divulgou imagens de uma carrinha caravana branca de marca Volkswagen que o suspeito usou para viver e também um automóvel Jaguar de que foi proprietário. 

A polícia tornou também públicos dois números de telemóvel, um usado pelo suspeito e que terá recebido uma chamada entre as 19:32 e 20:02 de 03 de maio na zona da Praia da Luz, e outro que iniciou o telefonema e cujo autor poderá ser uma "testemunha altamente significativa". 

O apelo público foi feito também hoje pela BKA na estação de televisão ZDF e o objetivo é conseguir mais informação para provar ou descartar o envolvimento do suspeito.

"Embora este homem seja suspeito, mantemos uma mente aberta quanto ao seu envolvimento e esta continua sendo uma investigação sobre pessoas desaparecidas. O nosso trabalho como detetives é seguir as pistas, manter a mente aberta e estabelecer o que aconteceu naquele dia em maio de 2007", disse hoje o responsável pela investigação, o Inspetor Chefe Mark Cranwell.

Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 03 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve.

A polícia britânica começou por formar uma equipa em 2011 para rever toda a informação disponível, abrindo um inquérito formal no ano seguinte, tendo até agora despendido perto de 12 milhões de libras (14 milhões de euros). 

A Polícia Judiciária (PJ) reabriu a investigação em 2013, depois de o caso ter sido arquivado pela Procuradoria Geral da República em 2008, ilibando os três arguidos, os pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, e um outro britânico, Robert Murat. 

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