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Orlando Figueira quer processar Proença de Carvalho

05 de abril de 2018 às 20:22

Defesa do ex-procurador do Ministério Público acusa o advogado de falsidade de testemunho.

A defesa de Orlando Figueira, em julgamento no processo Operação Fizz, pediu esta quinta-feira a abertura de um procedimento criminal contra o advogado Proença de carvalho, por falsidade de testemunho.

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Foto: Bruno Colaço 
Orlando Figueira, ex-procurador do DCIAP, está acusado dos crimes
Orlando Figueira com a advogada à entrada do Tribunal de Lisboa
Procurador Orlando Figueira

Após uma acareação entre o ex-procurador do Ministério Público e a testemunha, por contradições entre depoimentos, que não serviu para esclarecer as incongruências dado que ambos mantiveram as declarações, a defesa de Orlando Figueira considerou que Proença de Carvalho mentiu e pediu para que fosse aberto um procedimento criminal.

A advogada Carla Marinho também pediu que fossem entregues ao tribunal as facturas de pagamento dos honorários do primeiro advogado de Orlando Figueira, Paulo Sá e Cunha, a quem o arguido diz ter pago 10 mil euros, adiantando que o restante seria pago pelo banqueiro Carlos Silva, por intermédio de Proença de Carvalho, versão que a testemunha negou.

Orlando Figueira disse, durante a acareação, que Paulo Sá e Cunha deveria ser chamado a testemunhar para confirmar uma reunião tida em 14 Setembro de 2017 na presença de Proença de Carvalho, versão desmentida por este.

Esta quinta-feira, o advogado Proença de Carvalho negou que Orlando Figueira lhe tenha falado do banqueiro Carlos Silva como responsável pelo contrato de trabalho com a empresa Primagest, quando interveio na sua cessação. "Orlando Figueira nunca mencionou Carlos Silva relacionado com o contrato de trabalho com a Primagest", afirmou Daniel Proença de Carvalho, deitando por terra as acusações de envolvimento do advogado feitas pelo arguido.

O processo Operação Fizz, que tem ainda como arguidos o engenheiro Armindo Pires e o advogado Paulo Blanco, assenta na acusação de que Manuel Vicente corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros, para que este arquivasse dois inquéritos, um deles o caso Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril. 

Manuel Vicente foi acusado de corrupção activa, mas o seu processo foi separado da Operação Fizz no início do julgamento, na passada segunda-feira, numa altura de grande tensão nas relações diplomáticas entre Angola e Portugal e vários apelos públicos ao desanuviamento das mesmas.

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