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Operação Marquês: Armando Vara e Sofia Fava pedem abertura de instrução

05 de setembro de 2018 às 19:29

Antigo ministro socialista e ex-mulher de José Sócrate juntam-se aos arguidos Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, Joaquim Barroca, Helder Bataglia, Rui Mão de Ferro, Gonçalo Ferreira e Bárbara Vara.

Os mandatários dos arguidos no processo Operação Marquês Armando Vara e Sofia Fava entregaram esta quarta-feira os requerimentos de abertura de instrução do processo que envolve também o antigo primeiro-ministro José Sócrates em crimes de natureza económico-financeira.

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Armando Vara condenado a coima de 40 mil euros
Foto: Sábado
Foto: Manuel Azevedo

Segundo informação do gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República, no dia de hoje deram entrada os requerimentos do antigo ministro socialista e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, Armando Vara, e de Sofia Fava, ex-mulher de José Sócrates.

Armando Vara e Sofia Fava juntam-se assim aos arguidos Henrique Granadeiro e Zeinal Bava (ex-administradores da PT), Joaquim Barroca (administrador do grupo Lena), Helder Bataglia, Rui Mão de Ferro, Gonçalo Ferreira e Bárbara Vara, que também pediram a abertura de instrução, uma fase processual facultativa que é dirigida por um juiz, que decidirá quem deve (ou não) ir a julgamento.

Também empresas do grupo Lena (Lena SGPS, LEC SGPS e LEC SA) e a sociedade Vale do Lobo Resort Turístico de Luxo pediram a abertura de instrução.

Helder Bataglia é empresário luso-angolano e antigo homem forte do Grupo ESCOM (ligado ao BES), enquanto Rui Mão de Ferro é economista, consultor e gestor de empresas, tendo administrado sociedades alegadamente pertencentes a Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data de José Sócrates.

O arguido Gonçalo Ferreira é advogado e, como procurador, terá, segundo os autos, intermediado negócios imobiliários que envolveram a mãe de José Sócrates e o empresário Carlos Santos Silva.

Também os mandatários dos arguidos Diogo Gaspar Ferreira, do grupo Vale de Lobo, e de Carlos Santos Silva manifestaram a intenção de requerer abertura de instrução, o que poderão fazer até quinta-feira, com multa.

A defesa de José Sócrates ainda não divulgou a opção a tomar, mas prometeu prestar esclarecimentos sobre a mesma.

A Operação Marquês tem como principal arguido o ex-primeiro-ministro, que está acusado de 31 crimes de corrupção passiva, falsificação de documentos, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

O inquérito da Operação Marquês culminou na acusação a 28 arguidos - 19 pessoas e nove empresas - e está relacionado com a prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.

Sócrates, que chegou a estar preso preventivamente durante dez meses e depois em prisão domiciliária, está acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.

A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santos (GES) e na PT, bem como por garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

Além de Sócrates, estão acusados o empresário Carlos Santos Silva, amigo de longa data e alegado `testa de ferro´ do antigo líder do PS, o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, os antigos administradores da PT Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e o ex-ministro e antigo administrador da CGD Armando Vara, entre outros.

A acusação deduziu também um pedido de indemnização cível a favor do Estado de 58 milhões de euros a pagar por José Sócrates, Ricardo Salgado, Carlos Santos Silva, Armando Vara, Henrique Granadeiro, Zeinal Bava e outros acusados.

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