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O que leva à greve dos enfermeiros

11 de setembro de 2017 às 07:00

Profissionais de saúde protestam até à próxima sexta-feira. Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, não aceita reivindicações


Os cinco dias de greve dos enfermeiros arrancam esta segunda-feira. Estes profissionais de saúde protestam por aumentos salariais e mudanças na carreira, mas o ministro da Saúde já considerou esta greve uma chantagem.

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Foto: Cofina Media
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O que pedem os enfermeiros?
- A introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem;
- Mudanças na tabela remuneratória, reduzindo os onze escalões existentes e introduzindo cinco categorias: além da de especialista, a de enfermeiro director de nível 1, 2 e 3;
- Aumentos salariais, reclamando um aumento de €823, segundo oJornal de Notícias, na proposta de acordo colectivo de trabalho. Os enfermeiros especialistas ganhariam €2488 em início de carreira. Estando a progressão na carreira congelada, há anos que o salário de um especialista é de €1200, no início. Porém, o Ministério da Saúde alega que os pedidos custariam 126 milhões de euros por ano ao Estado;
- Aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros.

Greve polémica
A Secretaria de Estado do Emprego considerou que a greve era irregular, por não ter sido respeitado o pré-aviso de dez dias úteis. O Governo diz que só recebeu o aviso a 28 de Agosto, o que é refutado pelos enfermeiros: anunciaram a greve a 25 de Agosto.

Os hospitais foram informados, pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que "eventuais ausências de profissionais de enfermagem neste contexto devem ser tratadas pelos serviços de recursos humanos das instituições nos termos legalmente definidos quanto ao cumprimento do dever de assiduidade". A ACSS avisou ainda que "devem os órgãos de gestão dos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do Ministério da Saúde providenciar para que o normal funcionamento dos serviços e da prestação de cuidados não sejam postos em causa".

Ministro da Saúde nega "guerra" com enfermeiros
Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, Adalberto Campos Fernandes disse que não existe "nenhuma guerra com os 42 mil profissionais de enfermagem", mas sim com um grupo que tem "violado todos os princípios da lei e da ética".

Para o ministro da Saúde, "é impossível em três meses fazer aumentos salariais de 100% ou 200%", considerando que está a ser feita uma chantagem à margem da lei.

Sobre a Ordem dos Enfermeiros, que tem apoiado este protesto, Campos Fernandes observou que é uma estrutura "que se arroga de funções sindicais".

Assistência a mulheres grávidas em risco
Pela segunda vez este ano, os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia estão em greve, o que pode afectar os blocos de parto e outros serviços de assistência a grávidas.

Francisco George, o director-geral da Saúde, disse à Lusa estar preocupado com "a eventualidade da ausência de cuidados de enfermagem durante o período mais importante da vida, que é o nascimento".

"Apelo de uma forma muito clara, em nome dos interesses de mães, das crianças, do interesse público, a consensos, à responsabilidade. E gostaria que os enfermeiros de ora em diante olhassem para as questões das valorizações das respectivas carreiras sem ameaçarem nem colocarem em risco o trabalho tão importante que é o nascimento de uma criança", declarou George.

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