Novo embaixador quer promover "artilharia pesada" de Portugal na Rússia
Paulo Vizeu Pinheiro reconhece que o país europeu ainda não é conhecido, mas pretende invertê-lo através da promoção "artilharia pesada" nacional, como vinho e o turismo
O novo Embaixador de Portugal na Federação Russa, Paulo Vizeu Pinheiro, reconhece que o país europeu ainda não é conhecido, mas pretende invertê-lo através da promoção "artilharia pesada" nacional, como do sector do vinho e do turismo.
"Portugal não é um país conhecido na Rússia porque sempre foi um mercado considerado longínquo. Acho que o investidor e o empresário português olha para aquele mercado como mercado desconhecido e incerto, também devido à língua, ao clima e às circunstâncias", afirmou o responsável, em declarações à agência Lusa.
Falando à margem de uma sessão de contacto de empresas, promovida pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) na sua sede em Lisboa, Paulo Vizeu Pinheiro defendeu a promoção da "artilharia pesada" portuguesa, isto é, dos sectores nos quais o país se destaca, como o dos vinhos, do turismo, das energias renováveis, da inovação e tecnologia e ainda do imobiliário.
"Temos de trabalhar na promoção e na questão da facilitação dos negócios, de forma a promover investimento de longa duração", frisou.
Segundo o embaixador, se Portugal não o fizer, fica atrás de países como Espanha e Itália, que já têm uma presença forte na Rússia.
Paulo Vizeu Pinheiro salientou que o contexto actual também favorece o investimento português, não só pela introdução de voos diários entre Lisboa e Moscovo, pela transportadora TAP, mas também pelo aumento da projecção de Portugal, por ter vencido o campeonato europeu de futebol, a Eurovisão e ainda pela possibilidade de vir a competir no campeonato do mundo de futebol em 2018.
"As empresas devem aproveitar o contexto para se promoverem", reforçou.
Presentes na sessão, responsáveis de empresas na área da produção de vinhos, da saúde e das conservas enumeraram alguns obstáculos na entrada no mercado russo, como a burocracia (a necessidade de certificação, por exemplo no caso dos enlatados) e o estabelecimento de parcerias com empresas russas.
Prometendo ajudar na questão burocrática, Paulo Vizeu Pinheiro sugeriu, para resolver o problema das parcerias, a criação de uma coligação com as empresas portuguesas interessadas em investir na Rússia para que se possa "atenuar os custos de contexto", que é outra das dificuldades.
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