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"Não vamos largar estes criminosos", diz Montenegro

Lusa 17 de setembro de 2024 às 20:58

O primeiro-ministro anunciou que será criada "uma equipa especializada" para investigar criminalmente a origem dos incêndios.

O primeiro-ministro anunciou esta terça-feira que será criada "uma equipa especializada" para investigar criminalmente a origem dos incêndios dos últimos dias, falando em "coincidências a mais" e "interesses particulares".

TIAGO PETINGA/LUSA

"Nós não vamos largar estes criminosos, nós não vamos largar este combate a quem coloca todo um país em causa", assegurou Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar "toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências", numa reunião presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a seu convite.

Montenegro considerou que há uma necessidade de os portugueses "saberem que o Estado, em seu nome, vai atrás dos responsáveis por estas atrocidades" e assegurou que o Governo não vai "regatear nenhum esforço na ação repressiva".

"Nós não podemos perdoar a quem não tem perdão. Nós não podemos perdoar atitudes criminosas que estão na base de muitas das ignições que ocorreram nos últimos dias. Sabemos que há fenómenos naturais e sabemos que há circunstâncias de negligência que convergem para que possam eclodir incêndios florestais. Mas há coincidências a mais", considerou.

Por outro lado, adiantou, o Governo não irá largar "aqueles que, em nome de interesses particulares, são capazes de colocar em causa os direitos, as liberdades, as garantias e a própria vida dos cidadãos e são capazes de empobrecer o país".

Nesse sentido, adiantou que falou com a ministra da Justiça – com quem esteve reunido antes do início do Conselho de Ministros – para, nos próximos dias, criar em diálogo com a Procuradoria-Geral da República e com as forças de investigação criminal "uma equipa especializada em aprofundar, com todos os meios, a investigação criminal à volta dos incêndios florestais".

"Eu sei que as portuguesas e os portugueses esperam do sistema judicial uma condenação mais eficaz daqueles que, entretanto, já foram detidos e muitos deles julgados por este crime. Mas não é desses que eu estou a falar. Aquilo que estamos a dizer é que há interesses que sobrevoam estas ocorrências e que nós tudo vamos fazer para identificar e levar às mãos da justiça", afirmou.

Desde domingo, já morreram sete pessoas e cerca de 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem as regiões norte e centro do país, em concelhos como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.

As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que indica que nas regiões norte e centro, desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.

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