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Caso da grávida que deu à luz na rua: "Não devia haver encerramentos de maternidades"

Luana Augusto 12 de agosto de 2025 às 18:27

Uma jovem deu à luz na rua com a ajuda da família, depois de a Maternidade Alfredo da Costa ter recusado o seu acompanhamento. Ordem critica esta decisão.

"Já vi de tudo, desde nascimentos em ambulâncias até outras coisas". Foi assim que o bastonário da Ordem dos Enfermeiros começou por reagir esta terça-feira à notícia do Correio da Manhã, que dá conta que uma jovem de 28 anos do Carregado, com a ajuda dos pais.
iStockphoto
Segundo Luís Filipe Barreira, este tipo de episódios infelizmente "acontecem regularmente" em Portugal e hoje apenas "70% dos nascimentos" ocorrem por parto vaginal. Deixa, por isso, críticas à forma como as grávidas estão a ser acompanhadas. "Não percebo, em vez de se tomarem as decisões certas e de as grávidas serem acompanhadas por enfermeiras especialistas, o País prefere assistir ao nascimento de bebés em ambulâncias", lamenta em declarações à SÁBADO. A jovem em questão estava a ser seguida no Centro de Saúde de Alenquer mas havia pedido há cerca de três semanas que fosse seguida pela Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. O pedido foi, no entanto, recusado. Segundo a mãe da gestante, a maternidade já teria "muitas grávidas em fim de gestação e não tinha para onde as mandar". Face a esta informação, o bastonário sugeriu que "não devia haver encerramentos de maternidades". "Propomos que não devia haver encerramentos de maternidades e que as grávidas de baixo risco sejam acompanhadas pelos obstetras, quer nos cuidados de saúde primários quer nos hospitais." À SÁBADO, o bastonário avançou ainda que a Ordem dos Enfermeiros já obteve "uma proposta [favorável] da ministra no sentido da criação de Centros de Parto Normal (CPN)", não adiantando mais detalhes. A proposta da Ordem "visa promover um parto fisiológico, seguro e saudável para a mãe e o bebé" e sugere que estes centros sejam geridos por enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica. O Ministério da Saúde entretanto já pediu a referente a este caso, noticiou o Expresso. "O procedimento foi já determinado pelo Inspetor-Geral das Atividades em Saúde para investigar os factos relativos à assistência prestada pela Linha SNS 24 e pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), no momento da ocorrência, bem como à assistência prestada pela Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo à grávida".
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