Secções
Entrar

Momentos de "grande aflição" com chamas perto de casas em Enxerim

09 de agosto de 2018 às 09:30

"O fogo começou naquele monte, desceu a encosta e rapidamente chegou. Em cerca de meia hora. Nunca pensei". lamentou uma moradora.

Na localidade de Enxerim, no concelho de Silves, viveram-se na quarta-feira ao início da noite momentos de "grande aflição", quando o fogo se aproximou das casas, e foi "por um triz" que algumas não foram consumidas pelas chamas.

1 de 5
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

Graça Albano é uma das proprietárias de um conjunto de habitações alinhadas naquela localidade algarvia e cujas traseiras dão para um vale. Foi aí que os bombeiros, com a ajuda de populares, combateram as chamas já muito próximas do muro da sua casa.

"O fogo começou naquele monte, desceu a encosta e rapidamente chegou. Em cerca de meia hora. Nunca pensei", contou à Lusa a proprietária, enquanto um GNR avisava: "Quem não está a ajudar só atrapalha".

Mais à frente, na mesma rua, mas num ponto mais alto, alguns populares juntam-se para observar a zona queimada.

"Há uns anos isto já tinha ardido tudo", atira um. "Não foi tanto como agora", contrapõe outro.

Numa habitação ali por perto, um morador vai regando com uma mangueira o telhado da sua casa. "Quando vemos as barbas do vizinho a arder, pomos as nossas de molho", justifica.

Na rua, um vizinho aproveita para mandar recados "para Lisboa": "Os senhores dos computadores têm de saber como é estar no terreno. Não é à secretária que se manda".

"Há meios que não estão a ser aproveitados", aponta.

Felicidade Cravo está com duas amigas a ver a área ardida no vale nas traseiras da localidade e contou à Lusa a forma "muito rápida" como as chamas se aproximaram de Enxerim.

"Nós víamos as chamas a descer, a descer. Olhe, foi aflição que não tem tamanho. As chamas eram tão altas, tão altas, que tivemos de fugir todos daqui. Foi por um triz", afirmou, com receio que um foco de incêndio, que, entretanto, tinha começado atrás de um monte próximo, voltasse a aproximar-se das habitações.

Questionada sobre a prontidão dos meios de socorro, foi taxativa: "chegaram logo".

No cenário outrora verde, porque "a serra estava linda", ficou tudo negro, mas, "o moinho safou-se".

O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Monchique lavra há sete dias e já alastrou aos concelhos vizinhos de Portimão e Silves.

Segundo um balanço feito na quarta-feira de manhã, e que não foi alterado, há 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantêm-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela