Secções
Entrar

Ministério Público está a investigar a PT

21 de julho de 2015 às 15:54

As autoridades estarão a investigar o negócio de venda à Telefónica das acções da PT na brasileira VIVO e a sua posição accionista com na OI

A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu esta terça-feira que existem investigações em curso relacionadas com a Portugal Telecom (PT) e que o Ministério Público não deixará de investigar "todos os factos" com relevância criminal que cheguem ao seu conhecimento.

 

"No âmbito destas investigações, e de outras que venham a revelar-se pertinentes, o Ministério Público não deixa de investigar todos os factos com relevância criminal que cheguem ao seu conhecimento", refere a PGR, na sequência de notícias hoje divulgadas.

 

O jornal Público avança hoje que o MP já está a investigar o negócio da venda à Telefónica das acções da PT na brasileira VIVO e o cruzamento de posições accionistas com a operadora brasileira OI, no qual interveio José Dirceu, o principal rosto do caso Mensalão e agora atingido pela Operação Lava Jato, que investiga alegados casos de corrupção e tráfico de influência que envolve ex-governantes, accionistas e gestores de topo.

 

Quanto à Operação Lava Jato, a PGR, que na segunda-feira revelou ter recebido, das autoridades brasileiras, pedido de cooperação judiciária internacional, através de carta rogatória, adianta hoje que remeteu o pedido, para execução ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), corpo do MP que investiga a criminalidade económico-financeira organizada, mais grave, complexa e sofisticada.

 

"A carta rogatória encontra-se em segredo de justiça, pelo que o seu objecto e diligências realizadas ou a realizar não podem ser divulgados", observa a PGR.

 

Num caso relacionado com a operação Lava Jato, o jornal brasileiro O Globo noticiou, no domingo, que o ex-Presidente do Brasil, Lula da Silva, terá pedido ao primeiro-ministro português, Passos Coelho, para dar atenção aos interesses da Odebrecht na privatização da EGF, a sub-holding da Águas de Portugal.

 

Lula da Silva é investigado por alegadamente favorecer a construtora Odebrecht a obter contractos durante viagens ao estrangeiro, entre 2011 e 2014, quando já não era chefe de Governo.

 

Lula da Silva deu uma entrevista à televisão portuguesa, a propósito dos 40 anos da Revolução dos Cravos, e abordando vários temas, defendeu uma maior participação de empresas brasileiras nas privatizações conduzidas em Portugal, sem citar nenhuma empresa.

 

Na ocasião do telegrama, a construtora brasileira era uma das sete que tinham manifestado oficialmente interesse na privatização da EGF, mas dois meses depois a Odebrecht acabou por não formalizar uma proposta.

 

O Instituto Lula rejeitou as acusações, frisando que "o ex-presidente não actuou em favor da Odebrecht, nem fez gestão a favor da empresa", referindo que Lula da Silva se limitou a comentar "o interesse da empresa brasileira pela empresa portuguesa (...) que, aliás, era público há muito tempo".

 

Segundo o jornal Correio da Manhã, em causa estão as recentes viagens do ex-presidente brasileiro a Portugal: seis delas estão a ser alvo de investigação por terem sido alegadamente pagas pela construtora Odebrecth, incluindo a vinda de Lula a Lisboa, em 2013, para apresentar o livro de José Sócrates sobre a tortura em democracia.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela