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Militares da GNR e bombeiro sabem hoje se vão a julgamento por agressões em esquadra

02 de maio de 2019 às 09:32

Seis militares da GNR e um bombeiro agrediram alegadamente um detido no interior da esquadra do subdestacamento de Alcabideche, em Cascais.

Seis militares daGNRe um bombeiro, que terão agredido um detido no interior da esquadra do subdestacamento de Alcabideche, em Cascais, acusado de injúrias e agressões a alguns dos guardas, sabem esta quinta-feira se vão a julgamento.

O ofendido e também arguido no processo requereu a abertura de instrução, fase facultativa em que um juiz de instrução criminal decide se os arguidos vão e em que moldes a julgamento, estando a leitura da decisão instrutória marcada para as 12h00 no Tribunal de Cascais.

Os militares da GNR e o bombeiro, com idades entre os 29 e os 35 anos, estão acusados peloMinistério Público(MP), em coautoria, de um crime de ofensa à integridade física qualificada, enquanto o homem está acusado de três crimes de injúria agravada, de um crime de resistência e coação sobre funcionário e de um crime de ofensa à integridade física qualificada.

Segundo o despacho de acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso, pelas 19h00 de 20 de junho de 2015 dois dos guardas arguidos e outros dois militares - todos fora de serviço e sem farda vestida - deslocaram-se num automóvel a um café no Bairro Novo de Alcoitão, em Alcabideche, concelho de Cascais (distrito de Lisboa).

Depois de atendidos e já no exterior do estabelecimento comercial, surgiu um homem que reconheceu os militares e, ao passar junto deles, dirigiu-se a moradores que ali se encontravam, dizendo: "estes aqui não são bem-vindos, agora estamos iguais, isto aqui é nosso".

Quando os guardas se preparavam para entrar no veículo, o arguido, de 33 anos, proferiu ofensas verbais e voltou a dizer em voz alta: "vão embora que é melhor, aqui a vossa raça não é bem-vinda [...], vai tudo corrido à pancada ou então nem vivos saem daqui, só vos levam a pele".

Quando um dos GNR se aproximou, o homem deu-lhe um estalo e chamou outros que ali estavam, tendo "cerca de 7 indivíduos, cuja identidade não foi apurada", agredido os guardas com empurrões, socos e pontapés.

O MP diz que, depois de deixarem um dos guardas no hospital, (que sofreu traumatismo craniano, com perda de conhecimento, e teve de ficar 15 dias de baixa médica), três dos militares da GNR regressaram ao Bairro Novo de Alcoitão e chamaram reforços para deterem o arguido que incentivou e cometeu as agressões.

O homem foi levado para a esquadra do subdestacamento de Alcabideche, estando presente um bombeiro, amigo dos guardas e também arguido no processo.

No interior da esquadra, os sete arguidos (seis militares da GNR e o bombeiro) "decidiram agredir" o detido.

"Mediante plano entre todos concertado e aceite, desferiram um número indeterminado de golpes, com objetos não concretamente apurados, de natureza contundente ou atuando como tal, atingindo [o detido] nas costas, pernas, nuca e rosto", relata a acusação.

O homem ficou duas semanas de baixa médica devido às agressões.

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