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Marisa Matias avisa que Presidente da República não pode "ser um adorno"

03 de outubro de 2020 às 17:49

Numa apresentação formal da sua candidatura, em Lisboa, a eurodeputada e dirigente do BE evocou por várias vezes Maria de Lurdes Pintasilgo, a única mulher primeira-ministra em Portugal, e recordou a sua candidatura a Belém de há cinco anos para lembrar outro cenário de crise.

A candidata presidencial Marisa Matias afirmou hoje que "Portugal está aflito", mas defendeu que a crise económica e social não começou com a pandemia de covid-19 e que o próximo Presidente não pode "ser um adorno".

Numa apresentação formal da sua candidatura, em Lisboa, a eurodeputada e dirigente do BE evocou por várias vezes Maria de Lurdes Pintasilgo, a única mulher primeira-ministra em Portugal, e recordou a sua candidatura a Belém de há cinco anos para lembrar outro cenário de crise.

"Esse fatalismo foi vencido e a política mudou em Portugal, mudou na proteção das reformas e pensões, na recuperação dos rendimentos, no desenvolvimento de serviços públicos, impedindo novas privatizações, o país ganhou com o reforço da esquerda e com a mobilização popular. Eu acredito profundamente que a minha candidatura fez parte dessa mudança que quebrou o ciclo da austeridade e que permitiu ao país respirar e recuperar", defendeu.

Para as presidenciais de janeiro, Marisa Matias considerou que a sua candidatura representará as pessoas que "à esquerda não baixam os braços e constroem soluções para o país".

"Uma candidatura de quem, como Maria de Lurdes Pintasilgo, acredita na força do diálogo. De quem acredita que podemos ter uma política diferente. Mesmo diferente", salientou.

"Como Pintasilgo, sei que as eleições presidenciais não estão acima da política. Quem ocupar a Presidência não será um adorno nas escolhas decisivas que temos pela frente", reforçou.

Na sua declaração, com cerca de 20 minutos, a candidata referiu-se ao atual contexto de crise sanitária, económica e social.

"Os seus efeitos recaem de forma desigual sobre a população, os mais pobres e os esquecidos são sempre as primeiras vítimas, o desemprego é uma praga, a vulnerabilidade cresceu. Em poucas palavras, Portugal está aflito", avisou, salientando que "a pandemia acelerou a crise económica e social, mas não a inventou".

"Não foi a covid que empurrou dezenas de milhares de jovens para cima de bicicletas e motas para serviços de entrega porta a porta, sem contrato e sem direitos. Não foi a covid que criou os lares clandestinos, onde são maltratados tantos idosos. Não foi a covid que inventou a soberba dos patrões que fecham a porta, despedem as trabalhadoras e abrem nova empresa ao lado", apontou.

SMA // EL

Lusa/fim

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