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Marcelo sobre reparações às ex-colónias: "Pedir desculpa é uma solução fácil"

Leonor Riso 27 de abril de 2024 às 15:15

Presidente da República esclareceu declarações proferidas durante jantar com correspondentes estrangeiros.

Marcelo Rebelo de Sousa abordou este sábado as suas declarações acerca de reparações às ex-colónias durante um jantar com correspondentes estrangeiros. O Presidente da República esteve presente na inauguração do Museu da Resistência no Forte de Peniche e adiantou que "pedir desculpa é uma solução fácil para o problema". 

Miguel A. Lopes/Lusa

"Assume-se a responsabilidade por aquilo que de bom e de mau aconteceu no império e depois tiram-se consequências". Nesse contexto, "abordei a questão das reparações", disse Marcelo este sábado. 

Durante o jantar, o Presidente da República sublinhou: "Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isto."

"A reparação é uma realidade que já começou há 50 anos e as pessoas não têm noção de como começou. Quando nós em Cahora Bassa perdoámos uma parte da dívida de Moçambique, isso é uma forma de reparação. Quando nós encabeçamos os países que perdoam parte de dívidas a ex-colónias ou as convertemos, como aconteceu em Cabo Verde, essa é uma forma de reparação. Quando nós demos aos nacionais de língua oficial portuguesa um estatuto de mobilidade, isso é uma forma de reparação. Toda a nossa cooperação no domínio do ensino e da cultura foi, durante 50 anos, além de uma construção do presente e do futuro, uma forma de reparação", frisou hoje o Presidente da República. "Não há soluções homogéneas, as soluções têm de ser encontradas de acordo com as circunstâncias."

Portugal não deve "meter isto debaixo do tapete ou dentro da gaveta", avisou o Presidente. "Temos a obrigação de liderar este processo, porque se não o liderarmos vai acontecer-nos, mais dia, menos dia, o que aconteceu a outros países que, tendo sido potências coloniais, ao fim de vários anos perderam a capacidade de diálogo com as ex-colónias e estão a ser convidados a sair, a bem ou a mal, dos países onde ainda têm alguma presença."

"É tão importante para nós assumir a nossa História, o nosso império colonial, no bom e no mau. (...) É uma questão que sendo sensível tem de ser assumida", terminou o Presidente.

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