Marcelo homenageia Teatro Aberto
Presidente distinguiu a companhia com as insígnias de Membro Honorário da Ordem de Instrução Pública
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, homenageou esta tarde o Teatro Aberto, em Lisboa, assistindo à peça em cartaz naquela sala de espectáculos e elogiando os méritos da arte, uma "verdadeira escola".
"É como espectador de teatro, e não apenas enquanto Presidente da República, que me congratulo com estas quatro décadas ao serviço da cidade, do teatro e da cultura", da companhia, vincou Marcelo Rebelo de Sousa, que distinguiu o Teatro Aberto com as insígnias de Membro Honorário da Ordem de Instrução Pública.
O chefe de Estado falava antes de assistir à peçaO Pai, actualmente em cartaz no teatro, situado na Praça de Espanha, e enalteceu a "capacidade de superação" do Teatro Aberto face a várias dificuldades, nomeadamente orçamentais, e teceu também elogios à "fidelidade" dos espectadores de teatro.
No final, aos jornalistas, escusou-se a tecer comentários sobre a actualidade política mas afiançou ter apreciado a peça que presenciou. E rematou: "Hoje o dia é só do teatro".
Marcelo Rebelo de Sousa entregou as insígnias àquele teatro de Lisboa depois de, em Junho último, ter anunciado a distinção, referindo, de acordo com a instituição, ser necessário "ficar um símbolo em relação ao grupo que, ao longo de tantos anos, contribuiu de forma tão generosa" para uma educação cívica constante.
A peça, que está em cena até 12 de Março tem texto de Florian Zeller e é uma versão de João Lourenço e Vera San Payo de Lemos, que assinam a encenação e dramaturgia, respectivamente.
Com cenário de António Casimiro e João Lourenço e figurino de Dino Alves,O Paitem interpretação de Ana Guiomar, João Perry, João Vicente, Patrícia André, Paulo Oom e Sara Cipriano.
Em cena de quarta-feira a sábado, às 21h30, e aos domingos, às 16h,O Paigira em torno de um homem desorientado, que não sabe onde está o relógio ou em que casa se encontra. "No labirinto em que a vida se transformou, são muitas as encruzilhadas, porque as grandes questões da existência irrompem na normalidade do quotidiano. É preciso encontrar soluções para a perda de autonomia, o desvanecer da identidade e a solidão. E continuar a viver", lê-se na sinopse da obra.
Desde 2013 que o Novo Grupo – Teatro Aberto tem visto reduzidas as verbas que lhe são atribuídas pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes), no âmbito dos concursos de apoio à criação teatral.
O Novo Grupo – Teatro Aberto tem raízes no Grupo 4, criado em 1966, como alternativa às produções de carácter estatal ou empresarial, então existentes.
Dez anos mais tarde, em 1976, o Grupo 4 inauguraria uma sala de espectáculos própria, em Lisboa, a que deu o nome de Teatro Aberto, designação que também viria a ser adoptada pela companhia residente.
João Lourenço e Irene Cruz são nomes comuns à fundação das duas companhias, a quem se juntaram actores como Morais e Castro e Rui Mendes, Francisco Pestana e Melim Teixeira.
Produções comoO Suicidário, de Nikolai Erdman, com Mário Viegas, eOiçam como eu respiro, de Dario Fo e Francesca Rame, com Irene Cruz, firmaram o nome da companhia.
Ao longo de 40 anos, o Teatro Aberto teve em cena peças de autores como Anton Tchekov, Henrik Ibsen, Georges Feydeau, Bernard-Marie Koltès, Eugene O'Neill, Bertolt Brecht, Lillian Hellmann, Arthur Miller, Botho Strauss, Tom Stoppard, Stephen Sondheim e Sam Shepard, José Fanha, Jaime Rocha e Raul Malaquias Marques, entre outros.
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