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Marcelo defende que "ninguém lhe perdoaria" se permitisse uma crise política

29 de setembro de 2020 às 21:14

Presidente da República rejeitou a ideia de "ser presidencialista" no exercício das suas funções, argumentando que "sabe bem o que está na Constituição", até "porque a votou". Reagindo desta forma às críticas feitas por vários partidos de que Marcelo está a pressionar acordo no Orçamento do Estado.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje que "ninguém lhe perdoaria" se permitisse a criação de condições para uma crise política no atual contexto de crise sanitária e consequente crise económica.

Em declarações à RTP e à TVI, à saída do Palácio da Cidadela, em Cascais, onde hoje o Conselho de Estado esteve reunido, Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou a ideia de procura "ser presidencialista" no exercício das suas funções, argumentando que "sabe bem o que está na Constituição", até "porque a votou".

"Agora, também sabe que ninguém lhe perdoaria se, com duas grandes crises, o Presidente deixasse criar condições, sem a prevenir, para uma crise que era a terceira crise em cima das outras duas", considerou.

O Presidente da República realçou que, por não ter o poder de dissolução nestes últimos seis meses do seu mandato, uma crise política agora será "ainda por cima uma crise a prazo, para ser resolvida em junho do ano que vem, começar agora e durar até junho do ano que vem", e concluiu: "É um disparate".

Em seguida, o chefe de Estado assinalou que "ao longo dos anos" tem feito apelos para evitar crises nos processos de aprovação dos orçamentos do Estado, "as pessoas é que não notaram".

"Não tem nada de grave nem tem nada de original, não é novo", relativizou.

Marcelo Rebelo de Sousa saiu do Palácio da Cidadela cerca de 50 minutos depois de ter terminado a reunião do Conselho de Estado, que contou com a participação da presidente do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen.

Nas declarações que prestou à RTP e à TVI, voltou a elogiar a liderança da presidente da Comissão Europeia neste momento "muito crítico" de crise económica e social provocada pela pandemia de covid-19.

"Primeira conclusão: há líder europeia. Segunda conclusão: gosta de Portugal", afirmou o chefe de Estado, acrescentando: "O que está encaminhado para ser decidido será decidido, ela fará tudo para que seja decidido. Há uma determinação, uma vontade, uma força, uma liderança".

Relativamente a Portugal, segundo o Presidente da República, Ursula von der Leyen visitou o país pela primeira vez e "ficou muito impressionada".

"Neste curto período, e nos contactos antes tidos, percebeu o esforço que nós fizemos no passado para recuperar as nossas finanças, percebeu como apanhámos em cima com a pandemia e voltou tudo para trás, para pior do que para trás", disse.

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