Secções
Entrar

Juiz Rui Rangel continua suspenso de funções

09 de julho de 2019 às 21:04

O juiz desembargador, arguido no processo "Operação Lex", viu rejeitado o recurso que interpôs para o STJ a pedir a sua recolocação no Tribunal da Relação de Lisboa, de onde foi suspenso.

O juiz desembargador Rui Rangel, arguido no processo "Operação Lex", viu rejeitado o recurso que interpôs para o Supremo Tribunal de Justiça(STJ) a pedir a sua recolocação no Tribunal da Relação de Lisboa, de onde foi suspenso.

"Acordam os juízes da secção de contencioso deste Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em indeferir o requerimento, em sede cautelar, da suspensão de eficácia de ato recorrido, concretamente da deliberação do plenário do Conselho Superior da Magistratura (CSM) tomada a 4 de julho de 2019, que ratificou o despacho datado de 04 de junho de 2019 do ex-senhor juiz conselheiro vice-presidente do CSM, pelo qual foi determinada a renovação da medida cautelar de suspensão preventiva de funções do arguido Rui Manuel de Freitas Rangel enquanto juiz desembargador junto do Tribunal da Relação de Lisboa", refere o acórdão, proferido a 06 de junho e a que a Lusa teve hoje acesso.

Rui Rangelfoi suspenso preventivamente de funções em 09 de novembro do ano passado pelo Conselho Superior da Magistratura.

A notícia do "chumbo" do STJ ao requerimento de Rui Rangel foi avançada esta terça-feira pelo jornalDiário de Notícias.

Segundo o acórdão, os conselheiros do STJ argumentam que, "por razões objetivas, de interesse e ordem pública da função judiciária e, principalmente, do prestígio e da credibilidade do exercício judicativo, enquanto função clássica do Estado de direito, e função judicial de soberania, não se compreenderia que a mesma lei permitisse a continuação do exercício, abrindo a possibilidade judiciária, ainda que excecional, de suspensão da eficácia executiva do ato sancionatório".

O STJ afirma que Rui Rangel, "enquanto o juiz desembargador, dá rosto, à semelhança dos seus pares, à Justiça emPortugal, termos em que não seja compreensível que se suspenda, através de tutela cautelar, a eficácia do ato que determinou a suspensão preventiva de funções".

A "Operação Lex" investiga suspeitas de corrupção/recebimento indevido de vantagem, branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal.

Os juízes Fátima Galante e Rui Rangel são dois dos arguidos neste caso, que envolve, entre outros, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares, e ainda João Rodrigues, advogado e ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol.

Na sequência do caso, os juízes desembargadores foram suspensos de funções e proibidos de contactar com um grupo de pessoas daquele processo, tendo esta última medida sido recentemente extinta.

O Estádio da Luz, as casas do presidente do Benfica Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e três escritórios de advogados foram alguns dos alvos de buscas associadas à Operação Lex.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela