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Instituto abre processo a funcionária por alegado envio de mails racistas à SOS Racismo

24 de janeiro de 2019 às 12:00

O Instituto de Financiamento da Agricultura e das Pescas está a investigar emails que contêm "afirmações caluniosas, de teor racista e xenófobo".

OInstituto de Financiamento da Agricultura e das Pescasabriu um processo disciplinar a uma funcionária na sequência do alegado envio de emails com conteúdo xenófobo e racista que foram denunciados pela associaçãoSOS Racismo.

Fonte do conselho diretivo daquele instituto público disse à agência Lusa que está já a ser instruído um processo disciplinar para "apurar a circunstância em que o email foi produzido", ao qual o conselho diretivo é alheio e cujo teor condena.

Em comunicado, a associação SOS Racismo indica que na terça e na quarta-feira recebeu dois emails, subscritos por uma pessoa que se identifica como funcionária do departamento financeiro do Instituto de Financiamento da Agricultura e das Pescas (IFAP), que contêm "afirmações caluniosas, de teor racista e xenófobo".

"Estas pessoas que vieram com os pais das ex-colónias e não trabalham são uns desintegrados porque não querem trabalhar. Esses são os coitadinhos!!! Pois não são!!! Ninguém lhes faz mal. Eles fazem mal às pessoas de cá. Vendem droga, queimam e destroem. Viva Portugal e os verdadeiros portugueses", é uma das afirmações transcritas dos emails pela associação SOS Racismo.

Segundo a associação, os mails foram remetidos de uma caixa de correio com a designação e logótipos do IFAP, com referência a um departamento do instituto e com os contactos formais da instituição.

O SOS Racismo afirma ter já contactado o IFAP a denunciar o caso e apela ao instituto para que tome "as providências necessárias para que o cumprimento da lei seja assegurado e para que todos os cidadãos e todas as cidadãs que se dirigem aos seus serviços secam atendidos em regime de igualdade e sem qualquer distinção em função da ascendência, sexo, cor da pele, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas" e outros aspetos.

No comunicado, o SOS Racismo indica que tem recebido nos últimos dias "centenas de mensagens injuriosas, ameaçadoras e violentas, quase sempre a cariz xenófobo e racista", indicando que quando representa a prática de crimes são remetidas às entidades competentes.

Na terça-feira, na sequência de uma intervenção policial no bairro da Jamaica, no Seixal, o dirigente da SOS Racismo e assessor do Bloco de Esquerda Mamadou Ba publicou um texto na rede social Facebook em que fala da "violência policial" no bairro e se refere à polícia como "a bosta da bófia".

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) acusou na terça-feira algumas entidades políticas e associativas e a associação SOS Racismo, de incitamento à violência e de colocarem a população contra a polícia.

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