Hospital abre em Miranda do Corvo logo que a ARS/Centro deixe de o discriminar
Instituição fez uma conferência de imprensa para apelar a um acordo de cooperação com a ARS local. Dizem-se dispostos a trocar um acordo de contratação de 30 camas para cuidados continuados por um para cirurgias, consultas e exames complementares de diagnóstico.
O hospital da Fundação ADFP, em Miranda do Corvo, sem abrir há perto de dois anos, entra de imediato em funcionamento se a ARS/Centro contratar, pelo menos, 30 camas para cuidados continuados de média duração.
O gestor Carlos Filipe, indigitado para administrar o Hospital Compaixão, disse, em conferência de imprensa, esta segunda-feira, que a alternativa indispensável à abertura consiste na assinatura de um acordo de cooperação para cirurgias, consultas e exames complementares de diagnóstico.
"Espero que a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) esteja a encarar esta situação de forma séria e competente", afirmou Carlos Filipe, em cujo ponto de vista é notória, hoje em dia, "maior abertura" da parte daquele organismo desconcentrado do Ministério de Marta Temido.
Neste contexto, o dirigente da Fundação ADFP José Palrinhas, apelando a um "virar de página", considerou que deixa de interessar aquilo que está para trás.
A entidade proprietária do Hospital Compaixão, sem fins lucrativos, é apologista da contratação de camas para convalescença, mas como a ARSC diz não haver necessidade dessa valência, a ADFP aceita a contratação de 30 a 40 camas para cuidados continuados de média duração (ocupação até 90 dias).
Para o organismo desconcentrado do Ministério da Saúde, o Hospital Compaixão poderá beneficiar de um acordo de cooperação a partir do momento em que começar a funcionar. A entidade proprietária do equipamento contrapõe que ele abrirá portas quando usufruir de tratamento igual ao concedido a unidades hospitalares do mesmo tipo.
"A exigência posta pela ARS/Centro é exclusiva para a Fundação", alega a dirigente da instituição Isabel Desidério.
Membro do Conselho de Administração da Fundação - Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, Isabel Desidério queixou-se, na mesma conferência de imprensa, de acrimónia em relação ao presidente da instituição, Jaime Ramos (médico), antigo autarca, outrora governador civil e ex-deputado pelo PSD à Assembleia da República.
A par da relevância inerente a prestação de cuidados de saúde numa sub-região – Pinhal Interior – com elevado índice de população idosa, Isabel Desidério alertou para a importância da criação de cerca de uma centena de postos de trabalho.
Outro membro do Conselho de Administração da Fundação, Graça Dias, "não querendo crer que a ARS/Centro proteja interesses instalados", apelou ao Governo para que mobilize todos os recursos indispensáveis a prestação de cuidados de saúde.
De resto, vincou Graça Dias, a outorga de um acordo de cooperação proporciona ao Estado um benefício de 10 por cento em matéria de encargos com a atividade assistencial. "O Hospital Compaixão pode e deve ser um aliado estratégico do Serviço Nacional de Saúde", declarou a mesma dirigente da ADFP.
Implantada num concelho cuja gestão camarária cabe ao PS, a unidade hospitalar vai ser objeto de uma reunião do Conselho Municipal de Saúde mediante proposta de autarcas socialistas.
Inoperacional, desde 2019, o Hospital Compaixão está dotado de meia centena de camas para internamento, em quartos duplos e individuais.
Edições do Dia
Boas leituras!