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Grupo Reconquista nega qualquer envolvimento na agressão de Adérito Lopes

Luana Augusto 11 de junho de 2025 às 14:10

Atacantes de extrema-direita deixaram para trás panfletos do Reconquista, mas grupo nega qualquer envolvimento. "Nenhum membro da Reconquista estava no local em que ocorreu a alegada agressão."

O grupo de extrema-direita Reconquista negou esta quarta-feira (11) qualquer envolvimento no caso deagressão contra o ator Adérito Lopes, que ocorreu na noite da passada terça-feira. O desmentido surge depois de o movimento ter sido associado a este violento episódio - onde os atacantes deixaram para trás panfletos com a palavra "Remigração".

RTP

"Na últimas horas surgiu uma notícia de agressão física em que os supostos perpetradores 'deixaram para trás' um autocolante alusivo ao movimento [Reconquista]. Assim, e sem prejuízo do necessário apuramento dos factos que até agora parecem bastante nebulosos, informamos [que] nenhum membro da Reconquista estava no local em que ocorreu a alegada agressão", lê-se num comunicado publicado na conta do X do presidente do movimento Afonso Gonçalves.

De acordo com o grupo, os seus "membros do núcleo de Lisboa e do Centro estiveram em Samora Correia". A 4 de junho, Afonso Gonçalves já havia estado nesta cidade. Através do X, publicou uma fotografia a segurar um cartaz, onde se lia: "Buzina se não queres a mesquita" - uma referência à mesquita que a Associação Ahmadia do Islão em Portugal pondera construir na entrada de Samora Correia, e que está a suscitar muita polémica no concelho de Benavente. "Em Samora Correia não vai haver mesquita nenhuma", escreveu o presidente do grupo nas suas redes sociais.

Afonso Gonçalves considera, por isso, que este cenário não passa de uma "campanha de difamação montada pela esquerda". "A esquerdalhada não aprendeu nada no dia 18 de maio. Diz que os perpetradores deixaram um autocolante da Reconquista e a culpa é minha, como se eu fosse responsável por quem anda com autocolantes da Reconquista no bolso", escreveu.

Segundo o movimento, alguém poderá ter comprado os autocolantes do movimento e utilizado-os para este fim. "A Reconquista não pode responder por quem compra ou dispõe de autocolantes do movimento", diz o comunicado. No entanto, Afonso Gonçalves garante que estes foram claramente retirados de uma parede. "Os supostos perpetradores 'deixaram para trás' autocolantes da Reconquista, que foram obviamente arrancados de uma parede qualquer como é visível pelo seu estado de deterioração."

Estes autocolantes que contêm a incrição: "Remigração. Portugal aos portuguezes!" estão à venda no site do grupo e foram encontrados no Cinearte, onde foi levado a cabo o ataque. 50 unidades custam €5.50. "A Reconquista não pode responder pelas atitudes individuais dos mesmos", reiterou o grupo.

O principal suspeito entretanto já foi detido e tratar-se-á de um jovem de 20 anos. Segundo Afonso Gonçalves, não é membro do grupo Reconquista. "Já estão identificados os supostos agressores que não são da Reconquista, nem meus associados, e continuam a dizer que a culpa foi minha."

O movimento diz ainda pautar-se "sempre por uma elevada, digna e respeitosa conduta, sem violência ou apelos à violência". "Não passa de uma campanha amadora, difamatória e persecutória, contra quem sabem não poder atentar com factos verídicos, inventando mentiras facilmente desmentíveis."

O ator Adérito Lopes foi agredido na noite de terça-feira por um grupo neonazi. Como consequência, o espetáculo em que iria participar foi cancelado e o ator foi transportado para o Hospital de São José, onde levou "bastantes pontos".

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