Governo português acompanha com preocupação situação no Iraque
Após a morte de um alto comandante iraniano num ataque norte-americano em Bagdad, o Governo português apelou à "máxima contenção" para evitar um agravamento da situação.
O Governo português está a acompanhar "com grande preocupação" os recentes desenvolvimentos noIraque, após a morte de um alto comandante iraniano num ataque norte-americano em Bagdad, e apelou esta sexta-feira à "máxima contenção" para evitar um agravamento da situação.
"Acompanhamos com grande preocupação os recentes desenvolvimentos no Iraque", referiu uma mensagem publicada na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social Twitter.
"Apelamos à máxima contenção a fim de evitar o agravamento da situação, com sérias consequências para a paz, estabilidade e segurança regionais e globais", indicou a breve nota da diplomacia portuguesa.
Qassem Soleimani, comandante da força de elite dos Guardiães da Revolução iranianos, Al-Quds, morreu hoje num ataque dos Estados Unidos com um 'drone' [aparelho aéreo não-tripulado], em Bagdad, juntamente com o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e outras seis pessoas.
O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu, entretanto, vingar a morte de Soleimani e o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano disse que a vingança ocorrerá "no lugar e na hora certos".
Tanto para os seus apoiantes, como para os seus críticos, Qassem Soleimani, que desempenhou um papel importante no combate aos 'jihadistas', era encarado como o homem-chave da influência iraniana no Médio Oriente: reforçou o peso diplomático de Teerão, nomeadamente no Iraque e na Síria, dois países onde os Estados Unidos estão envolvidos militarmente.
O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão é longo e a tensão tem vindo a subir de tom desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente, em meados de 2018, Washington do acordo internacional sobre o dossiê nuclear iraniano (firmado em 2015), e decidiu restaurar sanções devastadoras para a economia iraniana.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou hoje que "o mundo não pode permitir outra guerra no Golfo", numa referência ao ataque que matou o general iraniano, apelando "aos líderes para mostrarem o máximo de contenção" neste momento de tensão.
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