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Gabriel Mithá Ribeiro renuncia ao mandato como deputado pelo Chega

João Amaral Santos 22 de setembro de 2025 às 14:44

Rui Fernandes vai ocupar a vaga na bancada do partido de André Ventura

O deputado do Chega Gabriel Mithá Ribeiro renunciou, esta segunda-feira, ao seu mandato como deputado do Chega na Assembleia da República. Eleito pelo distrito de Leiria, Mithá Ribeiro era deputado desde 2022 (nas últimas três legislaturas).
Considerado um dos intelectuais do Chega, Mithá Ribeiro esteve filiado no PSD durante 15 anos antes de se juntar ao partido de André Ventura. Chegou a assumir o cargo de vice-presidente do Chega, mas pediria a demissão do cargo em 2022, após entrar em choque com Ventura, por este ter assumido a coordenação do gabinete de estudos do partido (antes liderado por Mithá Ribeiro). "Informa-se que o deputado eleito pelo círculo de Leiria, Gabriel Mithá Ribeiro, solicitou, nos termos do artigo 7.º do Estatuto dos Deputados, a renúncia ao mandato de deputado, sendo substituído por Rui Fernandes", lê-se num comunicado emitido após a SÁBADO ter revelado que o deputado abdicava do seu lugar. A vaga de Mithá Ribeiro vai ser ocupada por Rui Fernandes. Entretanto, Mithá Ribeiro é o candidato do Chega à presidência da Câmara Municipal de Pombal nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de Outubro. Em abril, a comissão Parlamentar de Transparência concluiu que Mithá Ribeiro violou o Código de Conduta dos Deputados ao atingir e "objetivamente" desrespeitar a deputada socialista Isabel Moreira num texto que publicou nas redes sociais. Esta conclusão constou de um relatório do processo de inquérito, que foi elaborado pelo deputado do PSD António Rodrigues e que apenas teve o voto contra do Chega. Em fevereiro, Gabriel Mithá Ribeiro publicou nas redes sociais um artigo contra a socialista Isabel Moreira, intitulado "A morte caminha entre vivos", por causa da legalização da eutanásia, do aborto e das cirurgias para mudança de sexo. Na sequência da publicação desse texto, Isabel Moreira, constitucionalista e membro do Secretariado Nacional do PS, apresentou uma queixa contra o deputado do Chega Daniel Mithá Ribeiro. Nas conclusões aprovadas relativas a este processo de inquérito, considera-se a utilização, por parte de Gabriel Mithá Ribeiro, de expressões como "... a desgraça com que contamina tudo à sua volta com a sua existência depressiva que vangloria a morte" ou "a dita já nasceu para propagar o lema da sua existência diabólica", sempre por reporte à "socialista Isabel Moreira", bem como a respetiva caracterização como "feminazi Isabel Moreira", são expressões objetivamente desrespeitosas. "Por esta razão, conclui-se que não foi observado, por parte do senhor deputado Gabriel Mithá Ribeiro, na publicação objeto do presente inquérito, o dever de respeito para com a senhora deputada Isabel Moreira, dever este imposto pelo artigo 5.º do Código de Conduta dos Deputados à Assembleia da República, relativo aos deveres de urbanidade e lealdade institucional", lê-se no documento aprovado pela Comissão. Com Lusa
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