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Dois terços dos médicos em Portugal estão exaustos

28 de novembro de 2016 às 09:55

Estudo revela que dois terços dos médicos em Portugal admitem estar em elevado estado de exaustão emocional

Dois terços dos médicos em Portugal admitem estar em elevado estado de exaustão emocional, um dos indicadores relevantes associado ao stress profissional crónico designado comoburnout.

Segundo dados de um estudo de âmbito nacional sobreburnout na classe médica, os profissionais das especialidades de neurocirurgia e de medicina legal são os mais afectados, a par dos médicos mais jovens.

Aliás, são os médicos mais jovens que apresentam os níveis mais elevados nos três indicadores deburnout avaliados no estudo: exaustão emocional, distanciamento face ao doente (despersonalização) e diminuição da realização profissional.

Segundo dados parcelares do estudo, a que a agência Lusa teve acesso, além da exaustão emocional, 39% de todos os médicos indicaram níveis elevados de despersonalização e 30% mostraram altos níveis de diminuição da realização profissional.

O estudo, uma iniciativa conjunta da Ordem dos Médicos e do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, foi feito através de inquéritos a cerca de 10 mil médicos portugueses, dos perto de 50 mil convidados a responder.

O bastonário da Ordem dos Médicos confessa ter ficado surpreendido com a dimensão do problema: "Não estava à espera que o problema fosse tão grave, o que exige que se olhe para esta questão com muita atenção".

José Manuel Silva lembra que os médicos em exaustão não estão em condições de prestarem os melhores cuidados aos doentes, embora "o inquérito tenha mostrado um elevado grau de empenhamento e dedicação aos doentes".

"A verdade é que os médicos portugueses não estão bem e isto exige medidas da parte da tutela", frisou o bastonário, que pede melhores condições de trabalho, investimento na manutenção das instalações e na renovação das tecnologias.

Sobre os médicos mais jovens, que apresentam os mais elevados níveis deburnout, José Manuel Silva lembra que são colocados "perante enormes dificuldades e pressão", "muitas vezes sem as devidas condições de trabalho" e instados "a trabalhar até à exaustão, nomeadamente nos serviços de urgência".

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