Secções
Entrar

Directores demissionários falam em buracos e humidade no Hospital de Gaia

05 de setembro de 2018 às 18:50

Responsáveis clínicos do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho apresentaram esta quarta-feira a sua demissão.

Os responsáveis clínicos do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE), que esta quarta-feira apresentaram a sua demissão, falam numa unidade de saúde "parcialmente destruída" com falta de camas, humidade nas paredes e buracos no chão.

1 de 4
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

Em conferência de imprensa, em que esteve presente o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, o director clínico demissionário explicou que a sua "grande angústia" é ter um hospital "parcialmente destruído", com uma estrutura antiga, com mau funcionamento e com falta de instalações e espaços adequados para acolher e tratar os doentes.

A título de exemplo, José Pedro Moreira da Silva avançou que o serviço de urologia tem uma enfermaria com 16 camas onde a única casa de banho fica fora deste local, a ortopedia tem 22 camas para uma casa de banho e a cirurgia para homens tem 34 camas para apenas uma casa de banho.

Além desta questão, o director demissionário contou que o hospital anda "sempre atrapalhado" com pedidos de compras e materiais porque o financiamento é baixo.

A falta de pessoal, não só de médicos, mas de enfermagem e auxiliares é outro dos problemas apontados pelo profissional, dizendo que a medicina interna funciona com duas auxiliares para 20 camas, o que é "manifestamente pouco".

"Assim, é impossível trabalhar, não dava mais", vincou.

Assinalando também uma "carência e degradação" na sua unidade, o director de cirurgia geral, Jorge Maciel, considerou que é "hora de levantar a voz" porque "não dá mais" para trabalhar nas actuais condições.

O clínico revelou que existem buracos no chão, há humidade nas paredes e que a distância entre camas é insuficiente e não cumpre o estipulado.

Na sua opinião passaram o que era "tolerável e admissível".

Com queixas idênticas, o director de serviço de Imagiologia, Pedro Portugal, assumiu sofrer diariamente com problemas de equipamentos, capital e recursos humanos.

Sendo uma área tecnológica, o profissional de saúde referiu que as máquinas são "importantíssimas", estando o serviço à espera há imenso tempo de um angiógrafo, compra que nunca se concretizou.

Partilhando dos problemas dos colegas demissionários, o director de serviço de Cardiologia, Pedro Braga, denunciou a "sistemática" falta de vagas e capacidade financeira para realizar cirurgias e fazer face ao aumento do número de doentes e à complexidade das doenças.

"Temos uma lista de espera grave e que nos sistematicamente adiamos por falta de verbas e por falta de camas e a administração sabe disso", concluiu.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela