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Diana Fialho e Iúri Mata condenados a 24 e 23 anos de prisão

29 de julho de 2019 às 18:13

O Tribunal de Almada condenou o casal pela morte da mãe adotiva da arguida, no Montijo, em setembro de 2018. Na leitura do acórdão, o presidente do coletivo de juízes considerou que não houve "qualquer dúvida" na decisão.

O Tribunal de Almada condenou esta segunda-feira a 24 e 23 anos de prisão, respetivamente, Diana Fialho e Iúri Mata, o casal acusado de matar a mãe adotiva da arguida, no Montijo, em setembro de 2018.

Na leitura do acórdão, que decorreu hoje à tarde no Tribunal de Almada, no distrito de Setúbal, o presidente do coletivo de juízes, Nuno Salpico, considerou que não houve "qualquer dúvida" na decisão e que a "prova é exuberante".

Neste sentido, condenou Diana Fialho a 24 anos de prisão por homicídio qualificado e profanação de cadáver, uma pena acrescida em relação ao arguido devido à "frieza" e "desrespeito" mostrado pela mãe adotiva.

No entanto, como ficou provado que o crime foi cometido em coautoria, também aplicou uma pena de 23 anos de prisão a Iúri Mata.

Na visão do coletivo de juízes, a vida da vítima foi "retirada violentamente pelos arguidos", o que foi verificado através dos vestígios de sangue que chegavam ao teto na casa onde viviam, no carro, nas roupas dos arguidos com ADN da vítima ou nas imagens de videovigilância onde mostra Diana Fialho e Iúri Mata a adquiriram um isqueiro e combustível num garrafão.

A prova testemunhal também ajudou a apurar os factos, mostrando que existia "mau relacionamento" entre os arguidos e Amélia Fialho, pelas exigências de dinheiro e intenção de "assumir o património", além do depoimento da inspetora da Polícia Judiciária, Fátima Mira, que deu conta de que foi Iúri que fez toda a reconstituição do crime.

Na semana passada, Nuno Salpico tinha dado um prazo às defesas para se pronunciarem sobre o relatório pericial do equipamento informático que os arguidos tinham em casa e hoje decidiu que "não podia ficar indiferente" ao mesmo, por mostrar como o homicídio "era um projeto que já existia".

Neste documento constam pesquisas como, por exemplo, "como rastrear telemóvel mesmo com GPS desligado".

O relatório apenas foi incluído no processo um dia antes das alegações finais, em 18 de julho, pelo que, para a defesa, o documento é "ilegal".

"Creio que há fundamentação legal de que temos ilegalidade crassa, séria e gravíssima", afirmou a advogada de Iúri Mata, Alexandra Marques Coelho, em declarações aos jornalistas.

As representantes dos arguidos afirmaram que vão interpor recurso, até porque esta foi uma decisão que "já estava determinada", segundo a advogada de Diana Fialho, Tânia Reis.

O julgamento iniciou-se em 04 de junho e ficou marcado pelo silêncio de ambos os arguidos, que apenas falaram para fazer um relatório social.

Segundo o despacho de acusação do Ministério Público (MP), os arguidos "gizaram um plano para matar Amélia Fialho, de 59 anos, e, ao jantar, colocaram fármacos na bebida da vítima que a puseram a dormir", tendo depois desferido "vários golpes utilizando um martelo", que causaram a morte da professora.

Após o homicídio, relata a acusação, os arguidos embrulharam o corpo e colocaram-no na bagageira de um carro, deslocando-se até um terreno agrícola, em Pegões, no Montijo, onde, com recurso a gasolina, "atearam fogo ao cadáver".

A vítima, de 59 anos e professora de Físico-Química na Escola Secundária Jorge Peixinho, no Montijo, foi encontrada morta em 05 de setembro de 2018, em Pegões, no concelho do Montijo, distrito de Setúbal.

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