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Cristas acusa Costa de ser "um homem sem palavra" no caso Infarmed

19 de outubro de 2018 às 07:51

"Temos um primeiro-ministro que para cada assunto tem várias versões e diz uma coisa e faz exactamente o contrário", afirmou a líder do CDS-PP.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse esta quinta-feira que o primeiro-ministro, o socialista António Costa, lidera um Governo "trapalhão" e mostrou ser "um homem sem palavra e sem responsabilidade" na condução do dossiê Infarmed.

"Temos um primeiro-ministro que para cada assunto tem várias versões e diz uma coisa e faz exactamente o contrário", afirmou a líder dos centristas ao discursar em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, no jantar de tomada de posse da estrutura distrital do CDS-PP que agora é liderada por Fernando Barbosa.

E para a mostrar que este Governo é "trapalhão", Assunção Cristas deu exemplos de casos do Norte do país e da área da saúde.

"Sobre o Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde], ouvimos o primeiro-ministro dizer no debate quinzenal, de forma clara, que a decisão estava tomada e ia para o Porto. Não estava tomada, nem sequer estava ponderada. Mas depois, quando teve de assumir 'ou sim ou sopas', disse que são outros, uma comissão que vai decidir. Isto é António Costa no seu melhor. É um homem sem palavra e sem responsabilidade", referiu a líder do CDS-PP.

A presidente dos centristas acrescentou, ainda, que "basta olhar para a ala pediátrica do Hospital S. João ou para o hospital de Gaia, onde 52 diretores se demitiram, para ver o caos em que está a saúde".

Num discurso de cerca de 15 minutos perante uma plateia de cerca de 500 militantes, Assunção Cristas tornou a criticar as trocas nos ministérios em período de apreciação do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) porque, considerou, "caras novas a apresentar orçamentos preparados por outros não parece um bom sinal".

Já sobre o OE2019, a presidente do CDS-PP apontou que este tem "a maior carga fiscal de sempre", lembrando que isso acontece "quando já não há 'troika'" e quando era suposto o país ter virado "as costas à austeridade".

"Vemos um primeiro-ministro preocupado em distribuir o bolo do Orçamento pelas suas diferentes capelinhas eleitorais. Não vemos um primeiro-ministro preocupado em fazer crescer o bolo para depois poder distribuir alguma coisa. Não o preocupa olhar para a conjuntura internacional e perceber que há sinais de desaceleração", referiu, enumerando, de seguida, o que considera serem "falácias e ilusões" da proposta OE2019.

A líder dos centristas deixou ainda um apelo aos militantes para que se unam de forma a dar corpo a uma "missão" que disse ser "grande, mas possível".

"Nós vamos chegar lá. Somos os primeiros e os únicos que fazemos oposição a este Governo socialista das esquerdas unidas. Estamos a trabalhar para uma verdadeira alternativa que corra com António Costa e com as esquerdas unidas. Isto mais ninguém o diz sem temores, mais ninguém o diz com convicção. Porque nós não queremos o poder pelo poder. Há quem o queira e, de resto, vemos isso todos os dias", sublinhou Assunção Cristas.

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