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Covid-19: Ordem dos Médicos defende medidas urgentes como fecho de escolas

12 de março de 2020 às 19:48

Segundo o bastonário, Portugal está "no meio de uma ponte" em que é preciso garantir que "a infeção começa a ser contida" e para isso o Governo pode ter que "tomar decisões difíceis" como o encerramento de algumas instituições e de escolas, mas neste caso mantendo o ensino à distância.

O bastonário daOrdem dos Médicosdefendeu, esta quinta-feira, que o Governo não pode adiar mais medidas urgentes, como o encerramento de escolas e cinemas, para controlar a propagação da Covid-19, sob pena de Portugal "correr atrás do prejuízo".

"A Ordem dos Médicos continua do lado do Governo, apoiará o que o senhor primeiro-ministro hoje decidir, mas é preciso avançar rapidamente, com medidas mais drásticas, mais fortes porque sem elas é evidente que começamos a ficar para trás" no combate ao novo coronavírus, disse à agência Lusa Miguel Guimarães.

Segundo o bastonário, Portugal está "no meio de uma ponte" em que é preciso garantir que "a infeção começa a ser contida" e para isso o Governo pode ter que "tomar decisões difíceis" como o encerramento de algumas instituições e de escolas, mas neste caso mantendo o ensino à distância.

"Os professores até podem ir à escola e fazer o ensino através de lá e as crianças estão em casa a aprender", disse, defendendo ainda que são também necessárias medidas que permitam, por exemplo, os pais continuarem a acompanhar as crianças.

Miguel Guimarães defendeu ainda o encerramento de outros equipamentos, nomeadamente discotecas, teatros, cinemas, o que já está a acontecer um pouco no país.

Para o bastonário, "é fundamental hoje mesmo decidir o adiamento de consultas, cirurgias, exames que não sejam necessários", o que significa "retirar da circulação dos hospitais, onde existem potencialmente infeções" milhares de doentes por dia.

"Isso é absolutamente essencial porque temos que ter capacidade de resposta se tivermos muitos doentes" com Covid-19, que "nesta fase já existem".

Para a OM, também é "absolutamente essencial e obrigatório ter as proteções adequadas" para os profissionais de saúde, porque se estes começam a ficar doentes cria-se "um problema sério".

Miguel Guimarães sublinhou que os portugueses têm de "continuar a estar tranquilos e a acreditar naquilo que é liderança a nível de autoridade de saúde, mas há medidas objetivas e concretas que têm de ser tomadas, que podem limitar a propagação da infeção" e permitir que os profissionais de saúde tenham mais disponibilidade.

"Cada vez que vamos adiando decisões desse tipo, vamos navegando à vista, ou seja, vamos correr atrás do prejuízo".

Por isso, "mais vale pecar por excesso do que ir depois correr atrás do prejuízo".

"Neste momento é o que temos que fazer. Estamos num dia em que a situação se está a complicar que as pessoas todas já perceberam isso. Quem não percebeu, vai perceber logo à noite ou amanhã de amanhã", comentou.

"Nesta fase do campeonato" ou se segue "o caminho que foi seguido em Macau" ou se segue "o caminho que foi seguido em Itália".

"Já não vamos conseguir fazer aquilo que Macau fez, mas se calhar conseguimos fazer muito melhor do que a Itália. Eu estou convencido que sim, nós temos capacidade para isso", rematou.

A DGS atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

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