Secções
Entrar

Covid-19: Associação diz que medidas vão agravar dificuldades do comércio em Lisboa

02 de novembro de 2020 às 14:43

"Havia alguma expetativa de que no Natal, na época natalícia, pudéssemos recuperar um pouco, mas tal não acontece", lamenta presidente de associação.

A Associação de Valorização do Chiado disse hoje que as medidas apresentadas pelo Governo, no âmbito da pandemia, vão agravar as dificuldades do comércio e da restauração no centro histórico de Lisboa, adiantando que muitos negócios poderão encerrar.

"Vejo com grande preocupação, porque nós estamos há oito meses a sofrer o impacto das medidas que foram tomadas e também da comunicação das mesmas. [...] Chegamos a esta fase muito desgastados. Chegámos a outubro com os negócios muito mal, quer a restauração, quer o comércio e o teletrabalho", referiu à agência Lusa o presidente da associação, Victor Silva.

De acordo com o dirigente, as medidas reveladas no sábado pelo primeiro-ministro, António Costa, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, em Lisboa, vão agravar "um problema que se estava a sentir".

"Havia alguma expetativa de que no Natal, na época natalícia, pudéssemos recuperar um pouco, mas tal não acontece, porque aqui no centro histórico, embora a epidemia não esteja a ter grande repercussões, no fundo, continuamos a sofrer as mesmas limitações e agora até maiores", salientou Victor Silva.

O Governo anunciou no sábado que 121 municípios, entre os quais Lisboa, vão ficar abrangidos, a partir de quarta-feira, pelo dever cívico de recolhimento domiciliário, novos horários nos estabelecimentos e teletrabalho obrigatório, salvo "oposição fundamentada" pelo trabalhador, devido à covid-19.

Os restaurantes nestes 121 concelhos do continente -- uma lista que será revista a cada 15 dias - não poderão ter mesas com mais de seis pessoas e a sua hora de fecho passa a ser às 22:30.

Os estabelecimentos comerciais terão de fechar, na generalidade, às 22:00. Porém, de acordo com o Governo, o presidente do município pode fixar um horário de encerramento inferior ao limite máximo estabelecido, mediante um parecer favorável da autoridade local de saúde e das forças de segurança.

"A restauração aqui vai sofrer muito com isso. O comércio já estava a sofrer muito. As pessoas já não estavam a vir para aqui ao fim do dia e às 22:00 já não há estabelecimentos a fechar, na generalidade fecham às 20:00", adiantou o presidente da Associação de Valorização do Chiado.

Segundo Victor Silva, as restrições aos horários de encerramento não vão afetar apenas os estabelecimentos comerciais, mas também fábricas e o emprego.

"Isto é muito mais lato que apenas o comércio", realçou, ressalvando que o comércio local "não está a beneficiar dos apoios" e muitas empresas acabaram por fechar portas.

Victor Silva explicou que as empresas não conseguem beneficiar dos apoios, porque muitas já passavam por dificuldades antes da pandemia da covid-19.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.544 pessoas dos 144.341 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela