Costa afirma que Portugal não pode hesitar na aposta no trabalho qualificado
Para o primeiro-ministro, a aposta cimeira do país "passa por atrair novas empresas ou por as empresas já instaladas em Portugal criarem mais empregos qualificados para essa geração que nasceu em 2000".
O primeiro-ministro referiu-se segunda-feira aos cerca de 44 mil alunos que agora entraram no Ensino Superior para sustentar que Portugal tem de investir persistentemente na criação de trabalho qualificado e não pode hesitar, metendo-se por "atalhos".
António Costa assumiu esta posição na cerimónia de inauguração das novas instalações e da unidade de ensaios clínicos da Johnson & Johnson, num discurso em que procurou traçar um paralelismo entre "a mudança de paradigma" desta multinacional norte-americana em Portugal e o programa do seu Governo.
A Johnson & Johnson, que agora avançou com um investimento na ordem dos 5,5 milhões de euros, reforçando a componente da investigação em Portugal, chegou ao país na década de 60 do século passado, mas limitou-se, então, à mera distribuição dos seus produtos no mercado nacional.
Com o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e o secretário de Estado para a Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, também presentes na cerimónia, António Costa disse que, com o passo agora dado, a multinacional norte-americana de produtos de saúde simboliza a mudança de paradigma que o Governo também pretende para o país.
"Cerca de 44 mil jovens estão a concretizar o sonho de entrarem no Ensino Superior. Esta é a primeira geração nascida após 2000 e 52% destas crianças nascidas nesse ano estão agora a entrar para o Ensino Superior - algo que era inimaginável quando eu próprio tive o privilégio de entrar na universidade", disse.
"É bom saber que na Johnson & Johnson mais de 90% do pessoal já tem formação superior, o que significa que há espaço em Portugal para o emprego qualificado. É essencial que não hesitemos em relação ao prioritário: Investir na educação, na ciência, na inovação e na capacidade de atrair empresas, gerando produtos e serviços com maior valor acrescentado", insistiu.
António Costa deixou depois um aviso: "Se voltarmos a hesitar por impaciência, achando que mais vale metermo-nos por um atalho para sermos uma economia que compete com salários baixos, então, cairemos naquele ditado popular, segundo o qual quem se mete em atalhos, mete-se em trabalhos".
"O caminho não está para atalhos. Está para prosseguirmos com solidez, determinação e persistência o caminho da aposta no emprego qualificado", contrapôs.
Neste ponto, o primeiro-ministro invocou o dado antes transmitido pela directora-geral da Johnson & Johnson, Filipa Mota e Costa, de que Portugal é um dos 25 países que a multinacional escolheu para os seus ensaios clínicos.
"Vamos passar também a exportar serviços na área da saúde", frisou António Costa, com a antiga ministra da Saúde e ex-candidata presidencial Maria de Belém Roseira sentada na primeira fila a escutar o seu discurso.
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