Secções
Entrar

Costa afirma que “não há plano B” em relação ao aeroporto do Montijo

09 de setembro de 2019 às 18:43

Primeiro-ministro afirma que, depois de décadas de impasse sobre o tema, é necessário que não existam "hesitações" ou "criatividades".

O secretário-geral do PS criticou esta segunda-feira o PSD por colocar em causa o desenvolvimento do aeroporto do Montijo, advertindo que "não há plano B" e que a suspensão deste projeto coloca seriamente em causa o crescimento económico.

Esta posição foi transmitida por António Costa no final de um almoço com a Confederação do Turismo de Portugal, em Lisboa, e constituiu a única crítica que o líder dos socialistas dirigiu aos sociais-democratas numa intervenção inicial com 36 minutos.

"Não posso deixar de manifestar muita apreensão quando vejo que o principal partido da oposição, que ainda agora votou favoravelmente o Programa Nacional de Infraestruturas, a apresentar não só novas dúvidas existenciais sobre os projetos de alta velocidade [ferroviária], mas, sobretudo, a colocar em causa a opção já tomada para que o desenvolvimento da capacidade aeroportuária de Lisboa seja complementada com o desenvolvimento do aeroporto do Montijo", disse.

Sobre este tema, segundo o primeiro-ministro, após décadas de impasse, convém que se seja claro e que não existam "hesitações" ou "criatividades".

"Hoje em dia já não há plano B. Qualquer outra solução comprometeria muito fortemente a dinâmica de crescimento do turismo. Temos de manter uma linha de trabalho que não devolva o país à incerteza do que vai acontecer a seguir", sustentou.

António Costa considerou essencial que não se desfaça o consenso político alcançado no parlamento para a criação de um complemento no Montijo do aeroporto de Lisboa e que "não se verifiquem novas hesitações".

"Novas hesitações seriam uma fortíssima ameaça à continuidade da atividade turística do país e ao crescimento deste setor, que é fundamental para gerar emprego, riqueza e para dinamizar todo um conjunto de outras atividades económicas", afirmou ainda em tom de aviso.

Perante os membros da Confederação do Turismo de Portugal, o primeiro-ministro frisou que sempre insistiu no caráter "essencial de existirem programas de investimento público definidos de forma consensual, discutidos e aprovados na Assembleia da República pelo menos com uma maioria de dois terços".

"Era preciso pôr termo a um ciclo excessivo de 20 anos em que cada Governo que chegava partia do zero e colocava em causa tudo aquilo que o executivo anterior tinha feito. Desse ponto de vista, considero que esta legislatura que terminou foi exemplar, quer quanto ao programa Ferrovia 2020, quer quanto à estratégia aeroportuária", exemplificou, falando mesmo que neste último domínio até se alcançou no parlamento uma maioria de quatro quintos.

"Este é o momento de se tomarem decisões e de agir. O estudo de impacto ambiental é claro quanto às medidas a adotar para limitar os impactos ambientais, mas voltar à estaca zero e reabrir o debate sobre a solução seria comprometer muito seriamente o futuro do país. Espero que seja possível a estabilidade nestas opções e não entramos em criatividades perigosas", completou.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela