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Coronavírus: Maquinistas queixam-se de falta de limpeza mas metro de Almada nega

19 de março de 2020 às 15:29

Os planos de contingência existem no papel, o problema é trazê-los para a prática. Neste caso, há dificuldades de higienização dos comboios e das cabines de condução", disse o coordenador do sindicato.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) informou hoje que tem recebido queixas dos maquinistas do metro de Almada por falta de "higienização" das composições, mas a empresa garante que a informação "é completamente falsa".

"O que se está a passar é o mesmo que acontece noutras empresas. Os planos de contingência existem no papel, o problema é trazê-los para a prática. Neste caso, há dificuldades de higienização dos comboios e das cabines de condução", disse à Lusa o coordenador daquele sindicato, Nuno Martins. 

Segundo o responsável, o SNTSF decidiu lançar um comunicado na sua página da internet porque "tem recebido várias queixas" dos trabalhadores do Metro Transportes do Sul (MTS), que funciona à superfície no concelho de Almada, no distrito de Setúbal. 

"O que está em causa é a segurança enquanto trabalhador e enquanto cidadão, porque os funcionários também têm uma família. Isto é uma situação excecional e temos que manter a calma possível, mas há coisas que são mínimas", frisou. 

Neste sentido, Nuno Martins indicou que, "se o trabalhador achar que não há condições de segurança, pode recusar-se a participar no serviço". 

Contudo, numa resposta escrita enviada à Lusa, a empresa desmentiu esta situação, garantindo que "é completamente falsa a informação" sobre a falta de limpeza nas carruagens. 

"Todas as composições do MTS são, diariamente, alvo de trabalhos profundos de limpeza e higienização, com especial atenção nos pontos de maior contacto pelos clientes, supervisionadas pela área de higiene e segurança no trabalho da empresa, e com produtos aprovados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e escolhidos consoante o tipo de instalação/superfícies a desinfetar", explicou.

Também a cabine do condutor, acrescentou, "é devidamente limpa entre a mudança de turnos". 

Aliás, segundo a nota enviada, o MTS tem vindo a tomar "uma série de medidas" na sequência da Covid-19, de modo a "salvaguardar e garantir as melhores condições de trabalho e segurança dos seus colaboradores, mas que são também dirigidas aos seus clientes".

Uma dessas medidas, indicou, é exatamente o "reforço da higiene e limpeza das composições", a qual é feita "por um prestador de serviços externo habilitado e que presta o mesmo tipo de atividades a inúmeras outras grandes empresas no setor dos transportes". 

Na segunda-feira, a MTS passou a operar o serviço de transporte público de passageiros com o horário de verão, de forma a "ajustar a oferta à menor procura de passageiros". 

O MTS circula nas principais artérias da cidade de Almada e pertence ao Grupo Barraqueiro. 

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.900 morreram.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

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