Circulação do Metrobus no Porto pode implicar violação das regras do Código da Estrada
Para que os novos autocarros a hidrogénio consigam contornar a Rotunda da Boavista os veículos precisam de passar dois traços contínuos e entrar em contramão.
O primeiro autocarro a hidrogénio do Metrobus do Porto foi testado pela primeira vez na quinta-feira, 5 de junho. Com saída da Casa da Música, pelas 22h, passou pelas avenidas da Boavista e a Marechal Gomes da Costa, seguindo em direção à Praça do Império, sempre acompanhado por um forte dispositivo policial. Segundo o Metro do Porto, este trajeto ter-se-á realizado "sem qualquer anomalia a registar", no entanto,imagens partilhadas nas redes socais mostram que a sua circulação colocará em causa as regras do Código da Estrada.
Para contornar a Rotunda da Boavista, no Porto, o transporte tem de criar um ângulo que lhe permita fazer a curva, e isso implica passar dois traços contínuos e entrar em contramão. Além dos vídeos comprovarem exatamente essa infração, o caso é também denunciado por um deputado da Iniciativa Liberal.
"O metro não precisa de fazer a volta de 180 graus, mas os autocarros precisam. Para isso, o autocarro tem de passar duas linhas contínuas e entrar em contramão. Além disso, a sua circulação resulta na ativação dos semáforos para paralisar o tráfego rodoviário", começou por explicar à SÁBADO Gonçalo Pinto, da Iniciativa Liberal.
Esta infraestrutura, que testou também na quinta-feira a inversão de marcha, está praticamente pronta desde setembro de 2024, mas segundo o deputado "só agora é que chegou um dos futuros 12 autocarros". Os próximos quatro só deverão chegar nas últimas semanas de junho.
O Metro do Porto já havia tentado marcar ensaios junto da autarquia, mas no último fim de semana não foi possível a Polícia Municipal garantir o acompanhamento deste transporte, uma vez que já estava "a providenciar um elevado número de operacionais e meios para outros eventos e solicitações, nomeadamente o Serralves em Festa". Além disso, a empresa de transportes ainda não havia recebido a "documentação necessária e obrigatória para a circulação de qualquer veículo na vida pública", nomeadamente "seguro, homologação e documento único automóvel".
Para a próxima quarta-feira, 11, está agora prevista uma segunda noite de testes, que deverão ser feitos com o mesmo veículo.
Para Gonçalo Pinto, este é um "Metrobus zero solução" e um "tesouro deprimente".
O metrobus do Porto será um serviço de autocarros a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império e à Anémona (numa segunda fase) em 12 e 17 minutos.
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