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Alunos do Liceu Camões fecham escola a cadeado pelo fim dos combustíveis fósseis

Lusa 18 de novembro de 2025 às 13:08

Os alunos trancaram as entradas com cadeados em protesto contra um Governo que dizem nada fazer para proteger o seu futuro.

Estudantes do Liceu Camões, em Lisboa, fecharam esta terça-feira a escola para exigir o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030, participando nas ações do movimento pelo Fim ao Fóssil agendadas para esta semana.
Estudantes do Liceu Camões protestam pelo fim dos combustíveis fósseis até 2030 em Lisboa DR
A escola deveria ter aberto as portas às 08:00, mas os alunos trancaram as entradas com cadeados em protesto contra um Governo que dizem nada fazer para proteger o seu futuro. Até à hora de almoço "não houve aulas", contou à agência Lusa José Borges, estudante do Liceu Camões, explicando que a manhã foi passada do lado de fora dos portões do Liceu a gritar palavras de ordem, a entoar canções e a tocar. Por volta das 12:00, os alunos começaram a levantar o bloqueio e reuniram-se em assembleia para decidir as próximas formas de luta que levem "o Governo a tomar medidas que garantam um futuro sustentável", acrescentou o porta-voz do Liceu Camões. Esta é uma das escolas envolvidas no protesto que começou na segunda-feira com o encerramento da Escola Artística António Arroio (Lisboa) e vai continuar ao longo da semana com a promessa de paralisar outras escolas. A iniciativa partiu do movimento pelo Fim ao Fóssil, do qual faz parte Matilde Ventura que esta terça-feira recordou que há cerca de um ano o Governo recebeu uma carta, assinada por milhares de alunos, alertando para novos protestos caso a reivindicação pelo fim do uso de combustíveis fósseis não fosse assumida. "A resposta que tivemos do Governo foi: "'Bem podem esperar sentados', mas já passou o tempo em que podíamos esperar sentados. Porque sabemos que estamos à beira do colapso e que o que está em jogo é a nossa vida", afirmou José Borges, acrescentando que "para ter um futuro não basta ir às aulas todos os dias". "Sem o fim ao fóssil 2030 não vamos ter um futuro. Isto não é uma opinião, não é negociável, é ciência", acrescentou José Borges. Os estudantes prometem continuar com os protestos e com outras ações de sensibilização. Esta terça-feira haverá uma mesa redonda com professores e estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa sobre o estado atual da crise climática, e uma conversa na Nova Medical School sobre Saúde Mental em Tempos de Crise Climática, com três das médicas que lançaram a carta dos profissionais de saúde pelo Fim ao Fóssil 2030. No sábado, os estudantes vão realizar uma marcha pelas ruas de Lisboa, que terminará em frente à Assembleia da República, para chamar a atenção para a crise climática.
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