"A dimensão do fogo é gigantesca", diz autarca de Alijó
Carlos Magalhães diz que o vento está a levar as chamas para sítios inesperados
O incêndio de Alijó, que tem três frentes ativas, apresenta uma "situação muito preocupante", afirmou hoje o presidente da autarquia, Carlos Magalhães, acrescentando que o vento está a levar as chamas para sítios inesperados.
Falando aos jornalistas cerca das 21:40, o autarca indicou que os meios aéreos já não conseguem voar de noite e que 30 pessoas foram retiradas por precaução das suas casas em, pelo menos, três aldeias: Chã, Vila Chã e Casas da Serra. Trata-se de idosos, acamados e crianças que foram acolhidas num pavilhão gimnodesportivo.
"Está aqui o retrato do que não se deve fazer. Estamos todos os anos a concentrar os meios de que dispomos no combate ao incêndio e, na prevenção, nada ou quase nada. O combate a este incêndio devia ter começado em outubro", afirmou.
Carlos Magalhães afirmou que "a dimensão do fogo é gigantesca" e que o vento mudou de direção e está a levar as chamas para sítios onde não se esperava. Para já, não é possível fazer um balanço dos prejuízos, disse.
Um empresário local, Pedro Santos, disse à agência Lusa que o fogo lhe queimou cerca de 300 toneladas de lenha de oliveira e carrasco que estavam na zona industrial de Alijó, provocando um prejuízo estimado em 15 mil euros.
O futuro da empresa familiar está em risco, afirmou, admitindo que não sabe o que fazer. "Isto parecia o fim do mundo, estávamos aqui rodeados pelas chamas", contou a sua mulher, Rosa Santos.
O alerta para as chamas foi dado às 01:55 de hoje e o fogo chegou a avançar em três frentes. Ao início da tarde, o fogo tinha sido dado como dominado, mas sofreu, entretanto, uma reativação. Pelas 22:34, o incêndio era combatido por 335 bombeiros, apoiados por 106 viaturas.
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