Secções
Entrar

Trabalhadores da refinaria de Matosinhos manifestam-se contra “cinismo” de António Costa

Lusa 24 de setembro de 2021 às 07:54

Durante uma ação de campanha para as eleições autárquicas em Matosinhos, Costa afirmou que "era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade" como a Galp demonstrou no encerramento da refinaria de Matosinhos, prometendo uma "lição exemplar" à empresa.

Os trabalhadores da refinaria da Galp, em Matosinhos, manifestam-se hoje em frente à câmara municipal contra o "desrespeito e cinismo" das declarações do secretário-geral do PS, António Costa, sobre o encerramento deste complexo petroquímico, em abril.

"António Costa mente descaradamente, os trabalhadores não aceitam e marcam um protesto", lê-se na convocatória da manifestação, agendada para as 11:30, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte)

No passado domingo, durante uma ação de campanha para as eleições autárquicas, em Matosinhos, António Costa, na qualidade de secretário-geral do PS, afirmou que "era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade" como a Galp demonstrou no encerramento da refinaria de Matosinhos, prometendo uma "lição exemplar" à empresa.

Estas declarações do líder socialista mereceram críticas por parte de toda a oposição, dos sindicatos e da Comissão de Trabalhadores (CT) da Petrogal.

"O SITE-Norte e os trabalhadores não aceitam que António Costa desrespeite o sofrimento de quem perdeu o posto de trabalho após anos de entrega e empenho e não aceitam ser utilizados de forma tão hipócrita em discurso de campanha eleitoral", adiantou a estrutura sindical.

No comunicado, o sindicato frisou que António Costa, enquanto primeiro-ministro, nunca se mostrou disponível para receber os trabalhadores, mantendo-se "calado e submisso" todos estes meses aos interesses da Galp.

Além do Governo, o SITE-Norte estendeu as críticas à presidente da câmara, a socialista Luísa Salgueiro, por desde a primeira hora "assumir o facto como consumado, abdicando de lutar pelos postos de trabalho".

A Galp desligou a última unidade de produção da refinaria de Matosinhos em 30 de abril, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.

A petrolífera justificou a "decisão complexa" de encerramento da refinaria com base numa avaliação do contexto europeu e mundial da refinação, bem como nos desafios de sustentabilidade, a que se juntaram as características das instalações.

O encerramento da refinaria de Matosinhos, em abril, representa perdas de 5% do PIB em Matosinhos e de 1% na Área Metropolitana do Porto, segundo um estudo socioeconómico a que a Lusa teve acesso.

O estudo, encomendado pela Câmara Municipal de Matosinhos à Universidade do Porto para avaliar os impactos socioeconómicos do fecho do complexo petroquímico no concelho, traça um "cenário particularmente grave" para a região Norte e para o país, caso não seja dado qualquer destino àquela instalação industrial.

O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela