Sábado – Pense por si

José Pacheco Pereira
José Pacheco Pereira Professor
20 de julho de 2023 às 20:00

O tipo de politização da “justiça” é outro…

Se um dirigente que não é deputado pede a uma secretária do grupo parlamentar, “faça-me uma dezena de telefonemas para as distritais para lhes pedir mobilização para um evento”, está a cometer um crime?

…diferente do da política e mais perigoso. Por duas razões, a “justiça” tem consideráveis poderes discricionários e nunca sancionados caso sejam usados de forma abusiva, e o efeito na opinião pública é mais devastador porque se presume que, se o Ministério Público (MP) faz alguma coisa, é porque “não há fumo sem fogo”. Enquanto na politização partidária, que também existe no MP, a actuação se destina ou a atacar o partido adversário, ou a proteger o “meu”; no caso da politização corporativa e populista, que é aquela que define o “justicialismo”, pretende-se atacar um grupo indefinido (“eles”) para mostrar como são venais, criminosos e merecem ser punidos. Os autores do justicialismo ganham de duas maneiras: apresentam-se como superiores moralmente, impolutos, e condicionam qualquer tentativa de lhes corrigir os abusos.

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