Sábado – Pense por si

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado Jornalista
22 de abril de 2024 às 12:17

A diferença entre um criminoso e um idiota

A reação do Chega à suspensão no Facebook foi como se tivesse instituído um novo regime de censura em Portugal (e não a mera violação de termos e condições de uma rede social). 50 anos depois do 25 de abril, a liberdade de expressão continua a ser uma pedra basilar da democracia – mas é importante lembrar que discurso de ódio não é opinião, é crime.

Foram três dias de rasgar as vestes. Mal o Chega foi notificado pelo Facebook de uma suspensão de 10 anos, os dirigentes do partido acorreram às redes sociais para proclamar "o regresso da censura" em Portugal. "Isto é censura, é inqualificável, é um ultraje e uma perseguição política!", afirmou o deputado Pedro Frazão, vice-presidente do partido. "Querem de novo censura em Portugal", disse o deputado André Ventura, presidente do partido, usando uma mordaça num vídeo. Na véspera, o deputado Diogo Pacheco de Amorim, um dos vice-presidentes da Assembleia da República, afirmou que "continua a existir censura": "Não vivemos em liberdade (…). Essa liberdade autêntica que nunca nos chegou com o 25 de Abril tem de ser reconquistada palmo a palmo." A suspensão, que demoraria 10 anos, reverteu-se em três dias – e o alarme histérico do Chega, que mistura a violação de termos e condições do Facebook com um alegado novo regime de censura em Portugal, é representativo da toxicidade vigente do atual ambiente digital.

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