O doutor Cabrita, que não tem um emprego fora do mundo ingrato da política há 30 anos, só demorou 271 dias para reagir publicamente ao assassinato de um cidadão no aeroporto de Lisboa porque o tempo passa mais depressa para os super-heróis.
Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, pôs o dedo na ferida na passada quinta-feira: finalmente, a comunicação social aderiu à luta pelos direitos humanos que ele há muito lidera. "Fui o primeiro a agir quando muitos estavam confinados, desatentos." Tem toda a razão. Enquanto operários da construção civil e empregadas da Zara estavam no remanso dos seus lares, ele batalhava pelo Estado de direito, mesmo depois de ter "apanhado com um murro no estômago" (imaginem o sacrifício de combater pela Declaração Universal dos Direitos do Homem com um sopapo no bucho). O doutor Cabrita, que não tem um emprego fora do mundo ingrato da política há 30 anos, desde que foi forçado a desistir de uma carreira promissora como inspector das Finanças para servir a Nação nos confins da Terra, em Macau, só demorou 271 dias para reagir publicamente à tortura e assassinato de um cidadão ucraniano nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa, a 12 de Março, porque - como sabe qualquer leitor bissexto de graphic novels - o tempo passa mais depressa para os super-heróis.
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A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.