Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
14 de julho de 2015 às 07:34

Os jogos da fome

Sem fundos públicos que se vejam e com um financiamento equivalente à sopa dos pobres que grassa pelo País, o novo cinema grego é um dos mais diversos e inventivos da Europa (neste aspecto, Portugal está mais próximo da Lapónia)

Sem fundos públicos que se vejam e com um financiamento equivalente à sopa dos pobres que grassa pelo País, o novo cinema grego é um dos mais diversos e inventivos da Europa (neste aspecto, Portugal está mais próximo da Lapónia). Prosperando paradoxalmente – ou talvez não – durante os anos de maníaca austeridade, os filmes de Yorgos Lanthimos, Rachel Tsangari, Panos Koutras ou Yannis Economides são furiosas parábolas em que biologia, animalismo, violência ou incesto (Eurípides e Sófocles mantêm-se fantasmas venerados por esta rapaziada) criam jogos de máscaras onde o mundo, como a realidade grega do século XXI, está virado ao contrário. No excelenteDogtooth, Lanthimos revela três adolescentes encerrados numa vivenda e convencidos de que os gatos comem humanos, anestesiando-se para passar o tempo e adoptando uma nova linguagem.

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