Em Oeiras, o concelho português onde as qualificações académicas são mais elevadas e o trabalho em tecnologia mais prospectivo, ensaia -se este domingo uma maravilhosa utopia: Isaltino Morais
The Handmaid’s Tale, a adaptação televisiva da novela de Margaret Atwood sobre uma distopia teocrática onde as raras mulheres férteis são escravizadas como criadas parideiras por uma elite patriarcal, foi há dias a grande vencedora dos Emmys. Na próxima semana, estreia a sequela do brilhante Blade Runner, de Ridley Scott, reprodução de outro amanhã alternativo, desta vez numa Los Angeles de 2049 onde o sentido do humano se perdeu entre quimeras tecnológicas. As distopias são importantes porque reencenam os medos do presente, projectando-os no futuro. Em Oeiras, o concelho português onde as qualificações académicas são mais elevadas e o trabalho em tecnologia mais prospectivo, ensaia -se este domingo uma maravilhosa utopia: Isaltino Morais, ex-presidiário condenado por fraude fiscal e branqueamento de capitais, prepara-se para conquistar de novo a câmara contra outro político de referência, Joaquim Raposo. Apesar das milhas acumuladas no pátio da penitenciária da Carregueira, Isaltino é considerado um autarca -modelo. Mas esse não é o principal motivo da sua provável reeleição. Isaltino é um vencedor porque os eleitores mais informados e bem pagos do País não querem saber de política para nada. Com um nível estratosférico de abstenção, Oeiras terá o que merece, reflectindo o crescente alheamento dos cidadãos face aos políticos. Afinal, se todos eles nos roubam, porque não deixar premiar o que já cumpriu pena por fazê -lo? É um raciocínio cego, e esconde a verdade subjacente aos ensaios distópicos: todos os pesadelos começam pela indiferença da maioria.
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