Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
30 de outubro de 2018 às 09:00

Mademoiselle Deneuve

Deneuve é assim: transcende preconceitos, o sexo nítido e os estereótipos - ela que era a quintessência clássica da sedução no século XX, blonde bombshell vertida em elegância de hotel parisiense e apelo de boudoir - para se transformar em espiralado enigma

Catherine Fabienne Dorléac fez 75 anos na segunda-feira, mas no meu calendário mental acabou de fazer 24 e está presa a uma árvore, lingerie branca como a neve dos Alpes gauleses, enquanto homens brutos lhe lançam lama para os braços, barriga, pernas, no primeiro acto, tão onírico, tão verdadeiro, do wet dreamde Luis Buñuel,Belle de Jour(1967). Seria uma imagem de impossível misoginia sadofetichista na era do #MeToo, mas la Deneuve é assim: transcende preconceitos, o sexo nítido (o sexo é um grandioso nevoeiro onde só temos prazer quando nos perdemos) e os estereótipos - ela que era a quintessência clássica da sedução no século XX, blonde bombshell vertida em elegância de hotel parisiense e apelo de boudoir - para se transformar em espiralado enigma.

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