Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
13 de junho de 2014 às 15:37

Futebol para intelectuais

Numa crónica exclusiva para o site da SÁBADO, Pedro Marta Santos escreve sobre o joelho de Cristiano Ronaldo e a paixão pelo futebol

Para a mole de intelectuais, artistas, analistas, comentadores e politólogos que detesta futebol, o Mundial é o nirvana do provincianismo. Na verdade, ser provinciano é detestar futebol. Camus e Cela, dois Nobel da literatura, não só eram fanáticos da bola como foram jogadores na juventude. Nelson Rodrigues, um dos maiores cronistas da língua portuguesa, tem o futebol como paixão maior. Sartre dedicou excertos de ensaios ao pontapé na bola, e Orwell nunca se esqueceu de acompanhar o belo desporto. Os grandes escritores britânicos contemporâneos - Julian Barnes, Ian McEwan, Martin Amis - são todos ávidos consumidores do que se passa dentro das quatro linhas. Amis tem mesmo uma opinião ligeiramente excessiva sobre o assunto: "os intelectuais-que-amam-o-futebol são uma corja mal-amada, desprezada tanto pelos intelectuais como pelos amantes do futebol; ambos consideram o nosso vício como algo de afectado, pseudo-proletário, mesmo levemente homossexual".

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