Foi agora publicada a edição de 2020 do Retrato de Portugal da Pordata, a maior base de dados do País contemporâneo, na qual se resume um conjunto de indicadores da sociedade nacional desde 1960. O retrato é uma mistura de Francis Bacon, Hieronymus Bosch e O Conde de Abranhos de Eça. Se descobríssemos este retrato à noite, pendurado no corredor de uma casa iluminada por candeeiros a óleo no meio de um bosque, fugiríamos aterrorizados. Trata-se de uma tela de puro horror: apesar de um aumento de 18% da população idosa numa década (mais 350 mil pessoas acima dos 65 anos do que em 2009) e do saldo migratório positivo (só de 2018 para 2019, as entradas quase quadruplicaram), o número total de pessoas a viver em Portugal diminuiu em 282 mil habitantes numa década - somos agora 10,3 milhões.

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