Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
18 de fevereiro de 2020 às 09:00

Bruscamente no vão passado

O flagrante criminoso tornou-se inimputável governante, os republicanos rasgaram a república e cuspiram na res publica, e uma massa espessa de pêlos laranja e bronzeador gretado cobriu Washington como um touro cobre uma vaca cega mas próspera

A 4 de fevereiro de 2020, uma cáfila de apóstatas da ética, bêbados da conveniência e gigolôs do pensamento aplaudiram, babando-se, a entronização imperial de um déspota no centro do mundo outrora livre e democrático, o mundo dos pais fundadores, da Declaração da Independência, da luta contra a escravatura, de Lincoln, dos ideais de Thoreau, dos sonhos do cinema, do voto das mulheres, do rock’n roll, da luta pelos direitos civis, de Martin Luther King, de Hopper, Bellow, Dylan, Muhammad Ali, da cultura do mérito, de Central Park, do Grand Canyon, de Big Sur, cantando o corpo eléctrico, estrada fora, pelo direito à felicidade.

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Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

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