Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
17 de dezembro de 2019 às 09:00

A angústia da simetria

As marcas no rosto e nos lábios de Bogart, ou a fraca altura, não diminuem o seu magnetismo. Aumentam-no. Aspiramos à completude, mas é a ausência de simetria que nos agarra. O inacabado, o falhanço

Como imperfeitos canalhas que somos, vivemos obcecados pela simetria. Mas essa ideia fixa não é da nossa inteira responsabilidade: a simetria é a marca de água da ciência e a assinatura divina do Universo. Serve para os laboratórios e para as igrejas. Todos os deuses buscam o equilíbrio, e a Matemática é a linguagem da vida e do Cosmos. A perfeição distingue o sobre-humano. A álgebra traduz a verdade através de equações reveladoras da simetria. Ela está na Natureza, no corpo de milhões de espécies, nas leis da Física, e na arte. Os neurobiólogos, após dezenas de anos a estudarem-nos e a ligar-nos transmissores eléctricos ao cérebro, concluíram que a simetria é um apelo inato e inconsciente da condição humana. Um sinónimo de beleza para ambos os sexos e de todos os apetites. Quanto mais simétrico é um rosto, mais nos sentimos atraídos por ele.

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