Sábado – Pense por si

José Pacheco Pereira
José Pacheco Pereira Professor
22 de dezembro de 2022 às 20:00

O mega-hipergiga acontecimento de 2022 é a guerra da Ucrânia

A Rússia não está derrotada, mas a Ucrânia tem sido até hoje vitoriosa, o que significa que ninguém sabe o que vai acontecer, e que consequências da guerra vão moldar o mundo pós-Ucrânia. Mas a guerra é um caso típico de um ponto sem retorno.

Na Europa deram-se muitos conflitos desde 1945, dos quais, até 2022, os mais sangrentos e graves foram as várias “guerras” na antiga Jugoslávia. Houve muitos outros conflitos, a começar por Chipre, mas estendendo-se a confrontos localizados com enorme violência, como é o caso da Irlanda com o IRA e de Espanha com a ETA, e importantes acções terroristas em particular na Itália, e na Alemanha. Mas nada parecido com a guerra na Ucrânia, uma guerra que é local, mas é igualmente global, é convencional, mas aproximou-se como nunca tinha acontecido desde 1962, da confrontação nuclear. Embora as partes sejam a Federação Russa e a Ucrânia, na verdade é a NATO, a Europa e os EUA, que estão envolvidos na guerra. A guerra começou por uma invasão de um país por outro, sem qualquer motivo grave que o justificasse, continuou com várias vicissitudes militares para os invasores, levou a uma declaração de anexação de vários territórios do país invadido, num processo imperial sem precedentes desde a II Guerra Mundial. E a guerra está em curso, continua, sem perspectivas de poder acabar por negociação, porque é da natureza desta guerra só poder acabar com um vencedor e um vencido.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.