Sábado – Pense por si

José Pacheco Pereira
José Pacheco Pereira Professor
15 de dezembro de 2022 às 20:00

Como é que se traduzem em política questões “de consciência”

A Turquia é um bom exemplo de como o caminho para uma ditadura autocrática, assente no poder pessoal de Erdogan e dos seus aliados, faz dissolver quase 100 anos de excepcionalidade.

Para um político racionalista que considera que a cidadania é a essência da intervenção de uma pessoa numa democracia, essencialmente através do voto individual e da representação parlamentar, não há verdadeiramente questões “de consciência” distintas das opções de carácter económico, social, cultural na polis. Elas são resolvidas pelo voto dos cidadãos e pelo voto dos deputados, conforme as regras existentes. Para um político personalista, seja religioso, ou laico, existe um conjunto de questões que ultrapassam a cidadania, são questões transpolíticas, em que a decisão depende da “consciência” de cada um. A definição dessa “consciência” não é fácil de fazer, inclui matérias de liberdade individual, de concepção religiosa ou ética, que não se subsumem aos programas políticos colectivos, embora deles possam fazer parte. É o caso de tudo o que se refere a questões com grande densidade emocional, na qual a mundovisão individual e a crença religiosa tem um papel considerável, como é a “vida”, o modo como vemos o valor da “vida” e onde é que esse valor se aplica nas decisões políticas. 

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