Sábado – Pense por si

José Pacheco Pereira
José Pacheco Pereira Professor
01 de setembro de 2022 às 20:00

“Falhas de comunicação” ou má política

Não sei se o MPLA ganhou as eleições ou não, mas mesmo que as tivesse ganho ninguém acredita na sua palavra. Este é o custo de um poder corrupto e despótico como nunca deixou de ser o do MPLA.

Foi Marcelo Rebelo de Sousa que nos seus comentários substituiu a análise dos erros de governação por “erros de comunicação”. Há anos, sem qualquer resultado, que venho a chamar a atenção para este mecanismo que me parece perverso, porque, entre outras coisas, desresponsabiliza os governantes das suas opções políticas e desresponsabiliza os comentadores de terem que discutir a substância das políticas, o que é muitas vezes bastante cómodo. É verdade que a existência de um contínuo política-comunicação social, em que participam em colaboração políticos e jornalistas, associa as duas coisas numa realidade que é muitas vezes impossível de separar. A descrição desta relação como um “contínuo” não é inteiramente correcta, porque o que há hoje é muito mais simbiose do que complementaridade. Ambos lutam pela agenda com critério muito semelhantes, embora a comunicação social tenha um crescente poder de agenda, muito mais eficaz do que os spin doctors do governo, e é disso que se queixa António Costa e os seus ministros.O controlo da agenda e a superficialidade

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais

Gaza e a erosão do Direito Internacional

Quando tratados como a Carta das Nações Unidas, as Convenções de Genebra ou a Convenção do Genocídio deixam de ser respeitados por atores centrais da comunidade internacional, abre-se a porta a uma perigosa normalização da violação da lei em cenários de conflito.

Por nossas mãos

Floresta: o estado de negação

Governo perdeu tempo a inventar uma alternativa à situação de calamidade, prevista na Lei de Bases da Proteção Civil. Nos apoios à agricultura, impôs um limite de 10 mil euros que, não só é escasso, como é inferior ao que anteriores Governos PS aprovaram. Veremos como é feita a estabilização de solos.