Sábado – Pense por si

Nuno Costa Santos
Nuno Costa Santos
20 de novembro de 2016 às 08:00

Elogio na despedida

Antes de morrer, Leonard Cohen fez um elogio. Despedir-se com um elogio é uma forma rara de se encerrar a vida, ainda para mais na era em que o ressentimento se tornou ideologia dominante

Antes de morrer, Leonard Cohen fez um elogio. Despedir-se com um elogio é uma forma rara de se encerrar a vida, ainda para mais na era em que o ressentimento se tornou ideologia dominante. Cohen, lembram-se, fez um elogio público a Bob Dylan quando este venceu o Prémio Nobel da Literatura: "Foi como dar uma medalha ao monte Evereste por ser a montanha mais alta." Quando os microfones pedem um mimo contido a Cohen, Cohen, que se recolheu durante anos para se desviar de si em ambiente de mosteiro, responde com uma adesão sem reservas. Era mais velho, estava mais cansado. Nascera na década anterior. Sabia que habitava os seus últimos dias. E não se conteve ao abrir o dicionário. Deve ficar também por isso.

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