Sábado – Pense por si

Germano Almeida
Germano Almeida
26 de fevereiro de 2025 às 23:00

O regresso à lei do mais forte

Trump não quer tropas norte-americanas e não quer a bandeira da NATO na garantia de segurança à Ucrânia. Ora, com tropas europeias a assumir esse papel, sem qualquer respaldo dos EUA, isso é o fim da NATO. Putin agradece e só terá de esperar uns anos para alargar a sua agressão. As cartas estão lançadas.

Três dias antes da invasão russa da Ucrânia, perante a iminência da agressão de Putin sobre um país europeu com fronteiras soberanas, o filósofo e historiador israelita Yuval Harari avisava, em artigo naThe Economist: "Se voltar a ser normal e aceitável que as grandes potências possam amedrontar e ameaçar os seus vizinhos mais fracos, isso afetará a perceção de segurança e o modo como as pessoas, em todo o mundo, se comportam umas com as outras". Na altura parecia um aviso tirado à medida do fato agressor de Putin. Muitos viram a tragédia ucraniana integrada num contexto muito específico daquela que era a segunda maior república soviética e que, para mais, se situa precisamente a meio, estilo "tampão" (buffer state), entre a Rússia e o espaço NATO e UE.

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